O advogado do ex-presidente do Benfica, Manuel Magalhães e Silva, no processo Cartão Vermelho, deixou o Conselho Superior do Ministério Público (CSMP), ao dizer que tem sido alvo de uma “censura implícita” por parte do órgão.
Em causa está uma entrevista que Magalhães e Silva deu à TVI, no passado mês de julho, na qual criticou a atuação do procurador do Ministério Público responsável pelo caso Cartão Vermelho, Rosário Teixeira, apontando “um padrão de investigação criminal” do procurador e do inspetor da Autoridade Tributária Paulo Silva na sua relação com o juiz Carlos Alexandre.
"Houve um comunicado do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) que interpelava o Conselho Superior para repudiar as afirmações que eu tinha feito nessa entrevista, já que, tendo feito apreciações depreciativas sobre um magistrado do MP que eu poderia vir a apreciar disciplinarmente ou por mérito, isso era uma conduta inadmissível e intolerável", explicou Magalhães e Silva à agência Lusa.
"O Conselho Superior não repudiou formalmente, mas aprovou uma deliberação em que exortava os membros a cumprir os seus deveres estatutários. Portanto, uma censura implícita", afirmou o advogado, ao sublinhar que, para o próprio, "não havia outra alternativa senão, efetivamente, sair do Conselho Superior".
Manuel Magalhães e Silva pertencia ao CSMP desde 2016, tendo ocupado a posição de vogal.