O Governo do Reino Unido anunciou ter renunciado ao projeto que previa a introdução do certificado de vacinação para aceder a locais muito frequentados em Inglaterra, considerando-o “supérfluo” devido ao sucesso da campanha de vacinação contra a covid-19.
“Nunca gostei da ideia de dizer às pessoas para mostrarem papéis (…) para fazerem o que é apenas uma atividade de rotina. Vimos como deveria ser e, embora devamos mantê-lo na reserva como uma opção potencial, estou feliz em dizer que não vamos continuar com esse nosso projeto do certificado de vacinação”, afirmou o ministro da Saúde britânico, Sajid Javid, em declarações à BBC.
Esta reviravolta surge no momento em que o executivo britânico reiterou, esta semana, a intenção de lançar um certificado de vacinação no final de setembro para entrar em estádios ou discotecas (o que atraiu fortes críticas do setor de diversão noturno e de membros da maioria conservadora e da oposição).
Para o ministro da Saúde britânico, tal medida acaba por não ser necessária, apesar de, nos últimos dias, se registar um elevado número de casos diários de covid-19, em torno de 40.000, dada a alta taxa de vacinação no Reino Unido.
Como cada nação constituinte do Reino Unido tem jurisdição sobre as restrições por causa da covid-19, a Escócia decidiu introduzir, a partir de 1 de outubro, um certificado de vacinação para acesso a discotecas e a outro tipo de locais de diversão a fim de conter o aumento de casos atribuídos ao início do ano escolar.
Nos próximos dias o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deverá pormenorizar, o novo plano de combate à covid-19, tendo em conta a chegada do inverno.
Segundo a imprensa britânica, a vacinação em massa deve continuar a ser o foco principal, com a implantação de um programa de reforço e uma decisão sobre a possível administração de vacinas a jovens entre os 12 e os 15 anos.
Sajid Javid também anunciou sua intenção de acabar, “o mais rápido possível”, com a obrigação de os viajantes duplamente vacinados de certos países se submeterem a um caro teste de PCR o mais tardar até dois dias após a chegada a Inglaterra.
Desde o início da pandemia, o Reino Unido contabilizou mais de 7,2 milhões de casos de covid-19, a que estão associadas cerca de 134.000 mortes.
Atualmente, quase 81% da população com mais de 16 anos recebeu as duas doses da vacina contra o novo coronavírus.