O psicólogo Quintino Aires foi afastado do reality show Big Brother, da TVI, após ter tecido comentários considerados homofóbicos durante a emissão do programa na noite de terça-feira, confirmou a estação de Queluz de Baixo.
Em causa está o facto de Quintino Aires, enquanto comentador do programa, ter criticado o concorrente Bruno d’Almeida por ter levado o tema da doação de sangue por parte de homossexuais à Assembleia da República.
Na ótica do psicólogo, a norma da Direção-Geral da Saúde (DGS) existia “porque os homossexuais eram muito mais promíscuos e continuam a querer mostrar a sua promiscuidade naquela vergonhosa 'marcha da vergonha' [referindo-se à Marcha do Orgulho Gay]”.
“Porque o facto de eu ser homo orientado… somos três irmãos, as minhas irmãs são hetero orientadas. Eu não tenho nenhum orgulho porque não tenho nada de superior em relação ao facto delas serem hetero orientadas. Repare que quando se faz a marcha, quando vão maioritariamente meio nus, a lamberem-se todos, a seguir aumentam o número de infeções”, acrescentou.
"Existe outra coisa ainda mais grave: o facto de agora, quem tem sexo com muita gente, pode dar sangue ao fim de três meses quando antes era preciso esperar seis. Preferia que se esperasse um ano. O serviço de sangue tem muito cuidado, mas [agora] vai aumentar o risco de precisarmos de uma transfusão", continuou.
“Há, sim, uma irresponsabilidade enorme. Quando aparece um miúdo irresponsável… deixe-me invocar a constituição portuguesa para dizer o que vou dizer. Quando aparece uma bicha desocupada a achar-se o herói da rotunda e que veio acabar com a discriminação contra a homossexualidade… não foi isso que veio fazer", disse ainda.
Em comunicado, esta quarta-feira enviado às redações, a TVI sublinhou que “não se revê nos comentários de Quintino Aires” e “refuta qualquer comportamento ou atitude homofóbica, xenófoba ou sexista”.
“O Big Brother é um formato que visa os valores humanos, com impacto significativo na sociedade, tratando de diversos temas, atividades e pessoas com respeito, seriedade e dignidade. O programa defende causas e elimina tabus, apostando na diversidade e multiculturalidade que são plenamente respeitadas e celebrada”, lê-se na nota.