A economia portuguesa registou um excedente externo de 256 milhões de euros até ao mês de julho, mais 1231 milhões de euros do que em igual período do ano anterior. Os dados foram divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal (BdP) que revela ainda que só no mês de julho, o saldo da balança comercial caiu em relação ao período homólogo.
Para este resultado contribuiu o facto de as importações de bens e serviços terem crescido mais que as exportações. Segundo o banco central liderado por Mário Centeno, as exportações e importações de bens aumentaram 13% e 23,9% face ao mesmo mês do ano passado, tendo voltado a superar os valores pré-pandemia.
Mas não só. Em julho, Portugal recebeu cerca de 1100 milhões de euros do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, provenientes da devolução da margem financeira retida em 2011 no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal. “Este recebimento determinou o aumento do excedente da balança de capital”, explica o BdP.
O banco lembra ainda que “o recebimento de mais fundos europeus contribuiu para o aumento do excedente da balança de rendimento secundário e para uma redução do défice da balança de rendimento primário”.
Défice de bens melhora No caso dos serviços, as exportações e importações também revelam aumentos de 28% e 26,7% respetivamente. Aqui, o destaque vai para o crescimento das exportações de viagens e turismo que, apesar de terem crescido 45,6%, ainda “permanecem aquém dos níveis pré-pandemia”.
Diz ainda o BdP que as receitas de turistas provenientes de França, Reino Unido, Espanha e Estados Unidos cresceram, tendo contribuído para um crescimento do excedente da balança de serviços.
Destaque ainda para o montante de remessas de emigrantes recebido em Portugal que cresceu 22 milhões de euros relativamente a julho de 2020, para 367 milhões de euros. “Os emigrantes portugueses residentes na Suíça, em França e no Reino Unido foram os que mais remessas enviaram para Portugal”.