De acordo com os mais recentes dados, ainda preliminares, divulgados pela UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta), foram assassinadas entre janeiro e junho deste ano 14 mulheres, o equivalente a mais de duas por mês. Dessas, seis foram “vítimas de feminicídios nas relações de intimidade”.
A organização revelou ainda que, além dos casos contabilizados através do Observatório de Mulher Assassinadas (OMA), existiram ainda 27 tentativas de homicídio, 23 em contexto de relações de intimidade.
Os dados do OMA resultam de uma recolha de notícias publicadas nos órgãos de informação e incluem “todas as mulheres que foram intencionalmente assassinadas” e noticiadas, sendo que parte dessas mortes foram feminicídios – um homicídio cometido por motivos de género e que tanto pode ser cometido por um parceiro, por um familiar ou até por um desconhecido. Na categoria dos homicídios entram as mortes que foram causadas intencionalmente, mas em que não foi possível identificar uma motivação de género.
Em 2020, a UMAR contabilizou 35 mulheres assassinadas e 57 tentativas de assassinato, sendo que 19 foram vítimas de feminicídios em contexto de intimidade e 50 sofreram tentativas de feminicídio no mesmo contexto.
Em relação aos feminicídios ocorridos, os dados do observatório mostram que a maior parte das vítimas tinha entre 36 e 50 anos e que em 53% dos casos já tinha existido violência doméstica prévia. Três das vítimas chegaram a fazer queixa do agressor às autoridades e outras quatro haviam sido ameaçadas de morte.
Dez destes casos aconteceram durante o processo de separação ou após tentativa e é importante realçar que destes 19 feminicídios resultaram ainda nove crianças órfãs.
Num balanço feito através da análise dos números desde 2004, quando foi realizado o primeiro levantamento, a UMAR revela que nos últimos 16 anos foram assassinadas 569 mulheres, 455 das quais em contexto de relação de intimidade e no mesmo período houve também 671 tentativas de homicídio.