A Coreia do Norte anunciou, esta quarta-feira, que testou com sucesso um míssil planador hipersónico. O anúncio foi feito, após os Estados Unidos terem condenado esta medida. Estes mísseis são muito mais rápidos e difíceis de detetar, o que pode constituir um grande avanço tecnológico para o país, e, segundo os meios de comunicação estatais, a nova arma é uma das “cinco mais importantes” peças do arsenal militar desenvolvidas, no âmbito de um plano de desenvolvimento militar que dura há cinco anos.
O plano, apresentado em janeiro por Kim Jong-un, que elegeu, na altura, os Estados Unidos como “principal inimigo”, também prevê o desenvolvimento de um submarino com propulsão nuclear e mísseis balísticos intercontinentais.
O míssil foi descrito como uma “arma estratégica”, o que pode significar que tem capacidades nucleares, escreve a BBC. “O desenvolvimento deste sistema de armas aumentou as capacidades da nação para se defenderem de qualquer ameaça”, cita a agência de notícias KCNA.
Este foi o terceiro teste de lançamentos de mísseis da Coreia do Norte este mês. Já tinham revelado um novo míssil de cruzeiro – um míssil guiado que transporta uma carga explosiva e é propulsionado, normalmente por um motor a jato – e um comboio com um sistema de lançamento de mísseis.
Esta situação está a deixar os Estados Unidos em alvoroço, com o Departamento de Estado norte-americano a condenar os mais recentes lançamentos, apelando a Pyongyang para que encetasse diálogo.
“Os Estados Unidos condenam o lançamento do míssil”, disse o Departamento de Estado numa declaração publicada na terça-feira. “O lançamento é uma violação de múltiplas resoluções do Conselho de Segurança da ONU e representa uma ameaça para os vizinhos da Coreia do Norte e para a comunidade internacional”, afirmou, apelando a Pyongyang a “dialogar”.
Face a estas acusações, o embaixador norte-coreano nas Nações Unidas, Kim Song, argumentou que o país tem o “direito legítimo” para testar armas e “fortalecer capacidades de defesa”. “Ninguém pode negar o nosso direito à autodefesa”, insistiu o diplomata, pedindo aos Estados Unidos que cessem a “política hostil” contra a Coreia do Norte.