Brian Laundrie usou o cartão de crédito de Gabby Petito três dias depois de ela ter sido vista com vida pela última vez, disse o advogado da sua família, Richard Stafford, no “Dr. Phil", programa da CBS-TV apresentado pelo psicólogo Phil McGraw.
A última aparição conhecida de Petito foi num restaurante, no estado norte-americano do Wyoming, no dia 27 de agosto. Laundrie voltou para a sua casa em North Port, na Flórida, no dia 1 de setembro sem Petito, mas sabe-se que estava a deslocar-se com a autocaravana branca em que o casal havia viajado pelo país. Dez dias depois, Petito foi dada como desaparecida pela família. “Ele fugiu, roubou o cartão de crédito dela, usou-o para voltar para casa e depois fugiu da polícia”, disse Stafford, adiantando que "isto ilustra aquilo em que ele estava a pensar naquele momento".
Na verdade, o Tribunal Distrital do Wyoming emitiu um mandado de prisão federal para Laundrie, que supostamente usou um "dispositivo de acesso não autorizado" (um cartão de crédito) após a morte de Petito. Laundrie supostamente terá usado o cartão "entre 30 de agosto de 2021 e 1 de setembro de 2021" e "fez compras no valor de 1.000 ou mais dólares", segundo o New York Post.
Quando Laundrie voltou para casa, contratou um advogado e recusou falar com a polícia sobre o paradeiro de Petito. Sabe-se que deixou a sua casa na segunda-feira, 13 de setembro. No final daquela semana, os familiares reportaram o seu desaparecimento, dizendo que havia partido a 14 de setembro, isto é, a versão da história foi modificada. No talkshow suprarreferido, Joseph Petito, pai de Gabby, quando questionado acerca da eventualidade de Laundrie estar vivo, respondeu: “Eu acredito”. “Porque ele é um cobarde. Poderia usar outras palavras, mas não posso fazê-lo no seu programa", afirmou, acrescentando: "Qualquer um que viveu naquela casa é um cobarde e não sabe como justificar as suas ações". A seu lado, Nicole Schmidt, mãe da jovem, asseverou que quando foi contactada pelo FBI "como mãe, sabia que ela tinha partido".
O cadáver de Petito foi encontrado a 19 de setembro no Wyoming, próximo de um grande parque nacional. A sua morte foi considerada homicídio, confirmou o médico legista do condado de Teton, Dr. Brent Blue. A polícia deu início a uma complexa "caça ao homem" para encontrar o jovem, que incluiu uma busca profunda na Reserva Carlon, na Flórida.
Por outro lado, várias pessoas na Carolina do Norte disseram à polícia que viram Laundrie, como Dennis Davis, engenheiro residente na Flórida que defende com convicção que falou com o rapaz no sábado passado na Trilha dos Apalaches. Cassie Laundrie, irmã de Brian Laundrie, diz que não sabe onde ele está enquanto a busca continua.
Deu a conhecer o seu ponto de vista numa entrevista concedida ao "Good Morning America" da ABC, dizendo que está preocupada com aquele que é considerado a "única pessoa de interesse" no caso da morte de Petito, mas também com raiva. “Não, eu não sei onde o Brian está. Se soubesse, entregá-lo-ia à polícia”, garantiu.
Infelizmente, nem só este caso teve um desfecho infeliz. Depois de um homem ter desaparecido perto da zona onde Petito foi encontrada sem vida, as autoridades descobriram que o mesmo cometeu suicídio. Sabe-se que Robert "Bob" Lowery, de 46 anos, morreu depois de ter dado um tiro na cabeça.
O nativo de Houston, no Texas, tinha feito uma caminhada pela Floresta Nacional Bridger-Teton – a poucos quilómetros do Parque Nacional Grand Teton – a 29 de agosto e nunca mais foi visto com vida. A família de Lowery – a esposa e dois filhos pré-adolescentes – disse em comunicado: "Bob foi um pai, filho, irmão e amigo maravilhoso. A nossa família quer agradecer aos media e às outras pessoas envolvidas na busca e pedir que respeitem a nossa privacidade neste momento difícil".