Durante três dos seis anos de presidência no Barcelona, Josep Maria Bartomeu aumentou a massa salarial em cerca de 61% e os custos financeiros do clube dispararam para os 600%, deixando uma dívida de 1.350 milhões de euros até março de 2020.
Estes dados foram revelados após a auditoria pedida pela nova direção do clube catalão, que, segundo o diretor-geral, Rerran Reverter, demonstram o descontrolo e o improviso que Bartomeu tinha com a gestão diária do Barcelona.
Reverter explicou, durante a apresentação desta auditoria, que o ex-presidente aumentou a carga salarial do clube de 471 para 759 milhões de euros, levando a um crescimento de 56% dos gastos financeiros. E ainda anunciou que está a ser realizada uma investigação forense às contas do clube e que deverá estar pronta para breve.
O dirigente catalão salientou que a nova direção, comandada por Joan Laporta, começou a tomar conta de uma clube que tinha sido vítima de uma gestão “nefasta e improvisada” de Josep Bartomeu, ao deixar o Barcelona "com um património negativo e em situação de quebra contabilística, com um fluxo de caixa nulo e com dificuldade para pagar inclusivamente os salários".
Laporta está a reconfigurar o sistema financeiro do Barcelona, depois de ter terminado a época de 2019/2020 com um prejuízo de 481 milhões de euros, elevando a dívida total para 1.350 milhões. A equipa catalã apenas obteve 631 milhões de euros em receitas, um valor inferior ao de gastos: 1.136 milhões.
Visto que a massa salarial chegaria aos 835 milhões de euros, 108% superior ao valor das receitas, Joan Laporta viu-se obrigado a renegociar contratos com vários jogadores – também devido às regras de fair play financeiro em Espanha -, nomeadamente Lionel Messi, que decidiu abandonar o clube, no qual esteve durante 17 anos.
Mesmo com os problemas que a pandemia da covid-19 trouxe para os cofres do clube, Reverter confirmou que o clube teria perdido 390 milhões de euros na última temporada.