Vai decorrer durante todo o dia da próxima sexta-feira uma greve dos trabalhadores das limpezas do Hospital de São José, em Lisboa – contratados pela Sá Limpa -, estando marcada a concentração do protesto para as 9h30 na "entrada principal do hospital", informou o Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas (STAD), numa nota enviada à comunicação social.
Segundo o STAD, "a Sá Limpa levantou processos disciplinares aos trabalhadores que fizeram greve no passado dia 14 de junho, em luta pelo pagamento dos feriados conforme o Contrato Coletivo de Trabalho assinado pelo STAD" e, por isso, os trabalhadores voltam a estar em luta esta sexta-feira "contra a intimidação – pelo arquivamento de todos os processos disciplinares!" e "contra a ilegalidade – pelo cumprimento dos direitos adquiridos pelos trabalhadores!".
Contactada pela agência Lusa, a empresa Sá Limpa referiu que o STAD recusou proceder ao cumprimento dos serviços mínimos durante a greve de sexta-feira.
"Quer pela clara ilegalidade do despacho, quer por o mesmo não ser sequer exequível, este sindicato não procede à designação dos trabalhadores afetos à execução de serviços mínimos", ripostou o STAD à notificação para o cumprimento de serviços mínimos, que foi dirigida ao secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional, Miguel Cabrita, e ao secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Sales.
Respondendo à posição manifestada pelo STAD, a Sá Limpa afirmou: "compreenderão, seguramente, que o cumprimento dos serviços mínimos decretados pelo Governo em unidade hospitalar com a importância do Hospital de S. José é algo que esta empresa encara com muita seriedade".
"Aliás, entende a Sá Limpa que relevância noticiosa tem sim o facto de o sindicato que agencia a greve: 1) entender que a mesma empresa faz parte do setor empresarial do Estado (!); 2) não reconhecer ao Governo competência para fixar serviços mínimos (!!); e 3) demitir-se em absoluto de cumprir com os ditos serviços mínimos em unidade hospitalar em pleno surto pandémico (!!!)", enumerou a empresa de serviços especializados de limpeza.
Quando questionada acerca da instauração de processos disciplinares aos trabalhadores que fizeram greve em 14 de junho, a empresa não respondeu.
Segundo o sindicato, "a Sá Limpa afixou no local de trabalho e entregou aos trabalhadores um comunicado no qual tenta defender a sua posição de não aplicar o aumento do subsídio de refeição em janeiro de 2021 para os 4,77 euros, que é o valor da função pública", acrescentando ainda que, uma vez que "os trabalhadores do Hospital Curry-Cabral já recebem esse valor", então "os trabalhadores do Hospital de São José também têm o direito a receber".
"Por isto, a luta tem que continuar contra esta atuação ilegal e imoral da empresa: 1. Exigimos que os processos sejam imediatamente arquivados!; 2. Exigimos que os nossos direitos sejam cumpridos! A luta continua — contra a repressão, a intimidação e a violação dos direitos dos trabalhadores!"; conclui o STAD.