5.000 migrantes detidos pelas autoridades líbias com relatos de violência física e sexual

Os Médicos Sem Fronteiras afirmaram que o número de pessoas nos centros de detenção de Tripoli triplicou desde segunda-feira.

Mais de 5.000 refugiados e migrantes foram detidos pelas autoridades líbias na última semana, com alguns alegadamente sujeitos a violência física e sexual, antes de serem detidos em condições cada vez mais "desumanas" em centros de detenção em Trípoli.

Muitos dos detidos escaparam a guerras ou ditaduras por toda a África, tendo sido intercetados no mar, quando tentavam chegar à Europa pela guarda costeira líbia, apoiada pela União Europeia. As autoridades afirmaram que as detenções estão ligadas à imigração ilegal e ao tráfico de droga.

Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) afirmaram que o número de pessoas nos centros de detenção de Tripoli triplicou desde segunda-feira. "Durante as buscas às casas, muitas das pessoas capturadas foram alegadamente sujeitas a violência física severa, incluindo violência sexual", disse a instituição, numa declaração, segundo o The Guardian. Um jovem migrante foi morto e pelo menos cinco outros sofreram ferimentos causados por balas, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

“Estamos a ver as forças de segurança a tomar medidas extremas para deter arbitrariamente as pessoas mais vulneráveis em condições desumanas, em instalações gravemente sobrelotadas", disse Ellen van der Velden, gerente de operações dos Médicos Sem Fronteiras, para a Líbia, citada pelo mesmo jornal britânico.