De acordo com a Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM), o arquipélago teve em 2020 o mais baixo número de casamentos de sempre e o maior decréscimo de divórcios nos últimos 19 anos.
Nas estatísticas demográficas, o departamento do Governo Regional indica que, no ano passado, realizaram-se 612 casamentos, um decréscimo de 36,6% em relação a 2019, sendo este o valor mais baixo desde 1970, acrescentando ainda que a "taxa bruta de nupcialidade baixou consideravelmente, atingindo um mínimo histórico de 2,4 casamentos por mil habitantes".
Destes 612 casamentos, 19 foram entre pessoas do mesmo sexo (menos 3 do que no ano anterior): 12 entre pessoas do sexo masculino e sete do sexo feminino.
Já no que toca a divórcios, a DREM indica que foram decretados 511, dois entre pessoas do mesmo sexo, menos 29 que em 2019, sendo a taxa bruta de 2%. A idade média das pessoas que se divorciaram foi de 47,6 anos para os homes e 44,3 para a mulheres, acrescentando ainda que 23,7% dos divórcios "resultaram de casamentos com duração superior a 24 anos".
A avaliação demográfica notou também um decréscimo geral da população da Madeira em 2020, sendo o número atual de residentes de 253 923 pessoas, o "valor mais baixo desde 2003" e "um decréscimo de 331 pessoas face" ao ano passado.
Estes números resultam numa taxa de crescimento natural negativa (-3,4%), associada a um aumento migratório positivo, na ordem dos 2,1%.
"Em consequência, o índice de envelhecimento continua a aumentar e sem sinais de abrandamento, fixando-se no valor mais elevado alguma vez registado na região, 136 pessoas idosas por cada 100 jovens (130 em 2019)", lê-se na informação divulgada.
A DREM realça ainda a evolução negativa no número de nados-vivos, o que "coloca a região ainda mais longe de assegurar a substituição das gerações", indicando que, em 2020, houve 1860 nascimentos na Madeira, "menos 1,6% (31 crianças) que em 2019", correspondente a uma taxa bruta de natalidade de 7,3 nados-vivos por mil habitantes.
Outro dos dados analisados é a idade da mãe na altura do parto, que aumentou dos 32,0 para os 32,1 anos.
A análise dá ainda conta de um aumento da mortalidade, tendo falecido 2713 madeirenses em 2020 (mais 34 do que em 2019), registando a região uma taxa bruta de mortalidade de 10,7%, sendo este o valor mais elevado desde 2002. Já a taxa de mortalidade infantil foi de 3,2 óbitos por mil nados-vivos, um valor superior ao registado em 2019 (2,6 óbitos por mil nados-vivos), tendo ocorrido seis óbitos de crianças com menos de um ano (mais um do que no ano anterior).
A população estrangeira atingiu os 9455 residentes, o valor "máximo dos últimos 13 anos" e que representa um acréscimo de 10,1% em comparação com o ano anterior. Destes, 24,5% são cidadãos oriundos da Venezuela, 14,2% oriundos do Reino Unido, 9,5% do Brasil e 6,6% da Alemanha.
As nacionalidades venezuelana e inglesa apresentaram o maior aumento no número de estrangeiros com títulos de residência na região, tendo sido um aumento respetivo de 12,2% (2066 em 2019 para 2319 em 2020) e de 21,8% (1.102 em 2019 para 1.342 em 2020), conclui a análise da Direção Regional de Estatística.