Alguns militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) viram o seu subsídio extraordinário de risco – atribuído a elementos de forças de segurança envolvidos no combate à pandemia de covid-19 – ser-lhe retirado.
A denúncia é feita pelo presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), César Nogueira, que avança que o pagamento referente ao primeiro trimestre do ano foi descontado do vencimento do mês de outubro dos militares. Segundo o presidente da APG/GNR, citado pela agência Lusa, os militares da GNR já tiveram acesso ao recibo do vencimento de outubro através do portal social.
Recorde-se que o subsídio em causa começou a ser pago em agosto deste ano, com retroativos a janeiro. César Nogueira revelou que os militares já receberam seis meses de subsídio, ou seja até junho. Contudo, os pagamentos de janeiro, fevereiro e março estão a ser retirados, e espera-se que em novembro sejam retirados os valores correspondentes a abril, maio e junho.
De acordo com presidente da APG/GNR, o subsídio já não tinha sido a pago a todos os guardas envolvidos em operações de segurança relacionadas com a pandemia e apenas alguns foram compensados.
"Agora, muitos deles, ainda vão ter de devolver o subsídio", sublinhou. A APG/GNR "não aceita esta atitude com ligeireza, porque é grave e manifestamente desrespeita os profissionais da GNR que, objetivamente, têm direito a este subsídio".
À Lusa, o comando-geral da GNR refere que estão a ser feitos "acertos de valores processados, associados à clarificação dos critérios de empenhamento operacional" e explica “que, no seguimento da portaria que atribuía o subsídio extraordinário para os profissionais que estavam na linha da frente, o secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, emitiu um despacho, datado de 13 de julho, a determinar o pagamento do subsídio ‘de acordo com os critérios definidos’”, escreve a agência noticiosa.
"Não obstante este processamento de subsídio ser um processo complexo, a prioridade da Guarda foi garantir o seu efetivo pagamento durante o mês de agosto, pelo que, conforme habitual neste tipo de processamentos verificou-se a posterior necessidade de serem promovidos acertos de valores processados, associados à clarificação dos critérios de empenhamento operacional", sublinha o comando-geral da GNR.