Quinta-feira, dia 30 de setembro, cerca da 01h da madrugada, Campo dos Mártires da Pátria. Um grupo de cinco jovens, colegas de trabalho, encontrava-se à porta de um café, quando acabou por ser surpreendido ao escutar tiros e ser atingido por bolas de paintball. A confusão do momento não permitiu apontar mentalmente a matrícula ou identificar a cor ou marca do veículo de onde foram feitos os disparos. Apesar da marca visível nas costas de um dos jovens, de 24 anos, e de uma nódoa negra no ombro da sua colega, o episódio acabou por não passar de um susto. «Estava também um casal com um carrinho de bebé a passar naquele momento. O senhor ainda apanhou com uma bala de raspão no braço.
Mas também ficaram bem», contava entre amigos um dos jovens atingidos. Ninguém precisou de assistência médica e não apresentaram queixa.
Um episódio surreal que viria a repetir-se menos de uma semana depois, precisamente com o mesmo modus operandi.
Desta vez na rua de São Bento, junto à Assembleia da República. Eram 00h30 de segunda-feira, dia 4 de outubro, quando um grupo de jovens foi também alvejado por bolas de paintball à saída de um restaurante. O jovem treinador e comentador de futebol Francisco Guimarães foi uma das vítimas e relatou o sucedido ao Observador.
Depois dos fins de semana trágicos registados no fim de setembro na noite de Lisboa (e não só), a violência e insegurança apresentam-se como os principais e grandes fantasmas neste arranque da última fase do plano de desconfinamento.
É sabido que a noite sempre teve vários perigos associados, mas a escalada de criminalidade – mesmo em lugares menos previsíveis – torna urgente reforçar a segurança. Que é, aliás, um dos fatores que ainda é capaz de colocar o país num pódio positivo a nível europeu e mundial. E com segurança e bom tempo, o resto vai-se fazendo…