CAP. “É um Orçamento pouco ambicioso para o próprio país”

Eduardo Oliveira e Sousa, presidente CAP diz que o Governo está “de costas voltadas para as empresas”.

Este Orçamento do Estado para o próximo ano “não tem um único euro, não tem uma medida concreta, não tem um objetivo traçado, não diz para onde é que este país caminha em termos de desenvolvimento da sua agricultura”. A crítica é de Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) que diz que este OE “constitui uma desagradável notícia porque o país precisa de enfrentar este novo ciclo de recuperação que se espera que se possa concretizar mas como o Orçamento é um Orçamento baseado na manutenção do peso do Estado”, existe “muito pouca objetividade no apoio às empresas”.

Em declarações à RTP, o presidente da CAP não poupou críticas. “Fala-se em apoio ao investimento mas não se fala em diminuir a carga fiscal. Sem diminuição de carga fiscal é muito difícil as empresas abraçarem verdadeiramente o investimento”.

Eduardo Oliveira e Sousa diz que “a carga fiscal está a aumentar diariamente” e lembra a crise dos custos dos combustíveis, apontando o Governo como principal responsável “porque não minimiza o impacto do peso dos impostos no custo dos combustíveis” sendo esta “a prova que está de costas voltas para as empresas”.

E mostra a sua indignação: “Temos a corda na garganta e em vez de termos um Governo que nos venha socorrer a aliviar o nó, temos um Governo que diz vamos puxar a corda porque temos que vos obrigar a consumir menos”, acrescentou, mostrando um dado alarmante: “O gasóleo dos tratores agrícolas aumentou 60% de maio para agora”.

Sobre o Orçamento, o responsável reforçou: “É um orçamento pouco ambicioso para o próprio país. Está muito focado nas pequeninas coisas, pequenas medidas de apoio. Até mesmo o apoio para as famílias – que felicitamos – é absorvido pela carga fiscal que todos os dias as famílias vão suportar”.

Para o presidente da CAP, o Governo deveria ter “coragem de olhar para a carga fiscal que Portugal tem. Mesmo os escalões de IRS que vão ser agora mexidos vão ter efeitos práticos muito reduzidos”.