Será a experiência mais valiosa do que a energia e a jovialidade dos atletas jovens? Será que o conhecimento do jogo, do campo, dos adversários e dos mistérios que só se revelam com o tempo são mesmo fatores cruciais na procura do título? Os LA Lakers parecem achar que sim, e apostaram em tornar-se numa das equipas mais velhas da próxima temporada da National Basketball Association (NBA, na sigla em inglês). Só o desenrolar da próxima temporada – que arranca, para os angelinos, na madrugada de dia 20 de outubro – ditará se esta foi, ou não, uma aposta vencedora, depois de uma temporada para esquecer, e de uma pré-época muito aquém do expectável. Os Lakers estreiam-se nesta nova temporada frente aos vizinhos Golden State Warriors, oriundos da cidade de São Francisco.
Seis jogos e seis derrotas marcaram a preparação para a temporada 2021-22, um resultado que, apesar de não ser propriamente o mais promissor, não desanima os Lakers, já que muitas vezes este período é de experimentação e ‘afinação’ das estratégias da equipa, o que significa que o registo poderá não ser tão escuro como parece… mas seis derrotas, são seis derrotas. Afinal de contas, esta foi mesmo a pior pré-época dos Lakers desde 2012, e perfila-se como mais um obstáculo depois da vergonhosa eliminação na primeira eliminatória dos play-offs da NBA, na época passada, frente aos Phoenix Suns, a equipa que acabou por ser derrotada nas finais, pelos Milwaukee Bucks de Giannis Antetokounmpo.
LeBron James, aos 36 (quase 37) anos de idade, é o líder máximo e protagonista principal dos LA Lakers, figura incontornável do clube de Los Angeles, e alguns colegas até brincam que é mesmo o ‘general manager’ do emblema, ou seja, um estilo de ‘chefe executivo’ da equipa, que põe a sua impressão digital em qualquer decisão feita dentro das quatro paredes do emblema de Los Angeles. A realidade, e já num tom muito mais sério, é que James – junto do também estrela Anthony Davis – foi um dos jogadores consultados na formação da equipa para o arranque da nova temporada, segundo o próprio técnico Frank Vogel admitiu. James é ele próprio já um experiente atleta, contando quatro anéis na sua carreira, e procurando aumentar esse número até aos lendários seis de Michael Jordan.
‘NOVAS’ CARAS O Staples Center, na solarenga cidade de Los Angeles, verá chegar nesta temporada novas caras, conhecidas e experientes, muitas delas contando já mais de 30 anos de idade. É o caso, por exemplo, de Rajon Rondo, que regressou aos Lakers depois de uma passagem pelos Clippers, rivais locais, tal como Dwight Howard, que passou pelos Philadelphia 76ers, e que agora regressa a Los Angeles. DeAndre Jordan deixou para trás os promissores Brooklyn Nets e o mítico Carmelo Anthony, de 37 anos, trocou os Trail Blazers de Portland pelos LA Lakers.
Mas a principal chegada é a de Russell Westbrook, o jogador de 32 anos que deixou os Washington Wizards para preencher o plantel angelino e dar uma nova esperança aos amarelos-e-púrpuras, lado a lado com LeBron James. Afinal de contas, Westbrook chama ‘casa’ à região de Los Angeles desde que nasceu, literalmente, tendo chegado ao mundo na zona de Long Beach. Viveu na cidade do estado da Califórnia durante os primeiros 20 anos da sua vida, formando-se na University of California, Los Angeles (UCLA), onde lançou a sua carreira profissional no basquetebol, e de onde partiu para se juntar aos Oklahoma City Thunder, em 2008. Agora, Westbrook regressa ao seu lar e à equipa que apoiou desde a infância, idolatrando Kobe Bryant. Desta vez, no entanto, o atleta de 32 anos vai vestir o amarelo e púrpura, pronto a jogar lado a lado com James e Davis e aportar o conhecimento resultante de mais de 10 anos de carreira… e mais qualquer coisa, já característica do seu estilo de jogo. Não é segredo que Westbrook é… interativo. O jogador de LA não parece gostar de deixar as críticas dos adeptos sem resposta, e o último jogo da pré-época foi palco de uma caricata troca de palavras entre Westbrook e um adepto.
Frente aos Sacramento Kings, um adepto disse a Westbrook que ‘talvez jogasse melhor se pintasse o cabelo de outra cor’, acusando as, por vezes, ecléticas escolhas visuais do armador, que não deixou o adepto sem resposta, mandando-o calar, com alguma profanidade pelo meio. Está tudo preparado para os Lakers protagonizarem uma bela de uma temporada.