“Não há arranque económico com combustíveis a subirem sucessivamente”, alerta Marcelo

Presidente diz que países aguardam luz verde da UE para baixar impostos.

Marcelo Rebelo de Sousa disse, esta segunda-feira, que espera que a crise vivida com o aumento do preço dos combustíveis “não seja para durar mais de seis meses” e que depende da Comissão Europeia ajudar o Governo a travar esta subida de preços, uma situação que considera “mesmo muito preocupante”.

Em declarações aos jornalistas, em Valongo, o Presidente da República explicou que muitos governos europeus estão dependentes da luz verde da Comissão Europeia para tomar medidas de apoio social, incluindo baixas de impostos.

“Os Governos, com luz verde da Comissão Europeia, vão tomar medidas de apoio social às famílias e às empresas. Vamos esperar que isto não seja para durar para além dos seis meses, mas para o caso de durar depois há problemas de fundo que têm de ser resolvidos pela comunidade internacional”, disse o chefe de Estado, lembrando que há países que têm uma “influência decisiva” no fornecimento de combustíveis, como o gás, e que têm também de existir incentivos às energias renováveis, “para que substituam com ritmo crescente aquilo que se quer substituir”.

“Porque não há arranque económico com os combustíveis a subirem sucessivamente de preço”, alertou.

O chefe de Estado defende que a crise dos combustíveis se deve à pandemia, a “um grande aumento da procura face à capacidade de oferta” e a “problemas políticos”, mas que "atravessa toda a sociedade europeia, atravessa muitas economias do mundo”.

Para Marcelo, a União Europeia tem de “flexibilizar a sua posição em termos financeiros”, para se “ir mais longe”.

“Se a Europa der luz verde para medidas Estado a Estado, e Portugal tem-se batido por isso, Espanha tem-se batido por isso, França também, porque todos estão a sentir o mesmo problema, aí a União Europeia tem de flexibilizar a sua posição em termos financeiros e pode-se ir mais longe”, rematou.