A Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) vai exigir ao Governo resposta ao seu caderno reivindicativo, na reunião de quarta-feira, e caso não obtenha resultados irá anunciar ações de luta no final do encontro, foi esta terça-feira decidido. “Decidimos que vamos levar para a reunião de amanhã [quarta-feira] a exigência de resposta ao nosso caderno reivindicativo, já que o OE 2022 é tão insuficiente”, disse o secretário-geral da FESAP, José Abraão.
O sindicalista salientou a necessidade de aumentos salariais e das pensões que permitam recuperar o poder de compra perdido ao longo de mais de uma década, a necessidade de atualização do subsídio de alimentação, a correção das injustiças que resultam da não aplicação do Acordo Coletivo assinado em 2018 para os trabalhadores com contrato individual de trabalho dos hospitais EPE, a revisão da Tabela de Remunerações para evitar a crescente aproximação do salário médio ao salário mínimo, a revisão das carreiras gerais (assistente operacional, assistente técnico e técnico superior).
Ainda esta segunda-feira, a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública já confirmou a realização de uma greve nacional dia 12 de novembro, para exigir ao Governo que altere a proposta de Orçamento do Estado para 2022.
Para a estrutura sindical, a proposta de Orçamento “não dá resposta aos problemas dos trabalhadores” e o aumento salarial de 0,9% previsto no documento não é suficiente. Segundo Sebastião Santana, a greve afeta “todos os setores” da administração pública, sendo esperada uma “resposta muito firme dos trabalhadores a este Governo”. E acrescenta: “Estamos em crer que vai ser uma grande jornada de luta e que contribuirá para que o Governo altere as suas posições”, afirmou Sebastião Santana.
A Frente Comum exige aumentos de 90 euros para todos os trabalhadores e um salário mínimo de 850 euros na administração pública. No entanto, o relatório que acompanha a proposta de Orçamento entregue há uma semana pelo Governo no Parlamento, prevê aumentos salariais de 0,9% para a generalidade dos funcionários públicos no próximo ano, o que, segundo o Executivo, representa um esforço orçamental anual permanente de cerca de 225 milhões de euros.