Alguns dos passageiros que observaram e nada fizeram quando uma mulher foi violada num comboio na cidade de Filadélfia, nos Estados Unidos, terão ainda pegado nos seus telemóveis para gravar o ataque.
Recorde-se que o ataque, captado pelas câmaras de videovigilância, aconteceu há exatamente uma semana e foi um funcionário da Autoridade de Transportes do Sudeste da Pensilvânia (SEPTA, na sigla em inglês), que estava fora de serviço, que percebeu que algo “não estava bem” com uma passageira e chamou as autoridades ao local, por volta das 22h00. A polícia criticou a inação dos passageiros, que poderiam ter evitado que a mulher fosse violada pelo suspeito, Fiston Ngoy, de 35 anos.
“Havia pessoas a testemunhar o ato com telemóveis nas mãos”, disse Thomas Nestel III, chefe da SEPTA, esta segunda-feira, em declarações à imprensa. “As pessoas estavam a segurar os telemóveis na direção da mulher que estava a ser atacada”, acrescentou.
Recorde-se que a violação durou cerca de seis minutos, mas nenhum dos passageiros ligou para o número de emergência. Segundo documentos judiciais, o homem terá passado quase 45 minutos a assediar a mulher antes de perpetuar o ataque.
“Ele sentou-se ao lado dela para conversar, mas depois começou a rasgar-lhe a roupa e a violá-la”, descreveu o superintendente do Departamento de Polícia de Upper Darby Township, Timothy Bernhardt.
Ainda não é conhecido o número exato de passageiros que estavam na carruagem quando a violação ocorreu.
“Estou chocado com aqueles que não fizeram nada para ajudar esta mulher (…) Qualquer um que estava naquele comboio tem que se olhar ao espelho e perguntar por que não intervieram ou por que não fizeram algo”, acrescentou Bernhardt.
De acordo com a imprensa norte-americana, os passageiros que não impediram o ataque podem enfrentar acusações criminais caso tenham gravado o incidente. As autoridades estão a analisar as imagens das câmaras de videovigilância.
Já a SEPTA apelou aos passageiros que alertem as autoridades sempre que virem algo de errado.
O homem encontra-se preso, sob uma fiança de 180 mil dólares, mais de 154 mil euros, e enfrenta várias acusações nomeadamente violação e agressão sexual.
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