Ricardo Salgado tinha uma solução para os lesados do Banco Espírito Santo (BES), declarou, esta sexta-feira, em tribunal o padre da família do antigo banqueiro.
“Sempre foi dizendo que aquilo que mais o fazia sofrer neste processo eram os lesados, porque disse que tinha solução e não lhe deram tempo", afirmou Avelino Pereira Alves, no Juízo Central Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça, naquela que é a sétima sessão do julgamento de Salgado.
O padre, que foi ouvido como testemunha, disse ainda que conhece o antigo presidente do BES “há mais de 20 anos” e que, além de se encontrarem na missa todos os domingos, partilharam também almoços e jantares na casa de Salgado. Avelino Pereira Alves disse ainda que o ex-banqueiro “sempre foi uma pessoa com regras”, de “grande confiança” e a quem admirava o seu “porte firme”.
“Um homem íntegro, com valores e regras humanas e sociais bem definidas”, disse. “Convivi com ele nestes momentos mais difíceis porque os amigos não devem fugir nestas ocasiões. Nestas adversidades ele tentou explicar o assunto, mas eu não quis saber. A nossa amizade está acima dessas controvérsias”, acrescentou.
Recorde-se que, neste julgamento, Ricardo Salgado responde por três crimes de abuso de confiança, no âmbito da Operação Marquês.