O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, considerou que a criação de uma direção executiva, prevista no novo estatuto do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aprovado pelo Governo, “é um disparate”.
Recorde-se que, esta quinta-feira, no final da reunião do Conselho de Ministros, Marta Temido apresentou as linhas gerais do diploma que vai agora entrar em discussão pública, substituindo o estatuto do SNS que vigorava desde 1993, e no qual consta uma mudança na liderança do SNS, que passará a ter uma direção executiva à parte do Ministério da Saúde – algo que nunca existiu desde a criação do SNS em 1979.
“É um disparate. O Ministério da Saúde já tem muitas instituições dependentes dele para a gestão global do SNS, seja os cuidados de saúde primários ou nos hospitais”, disse o bastonário, em declarações à agência Lusa. “Tem a Administração Central dos Serviços de Saúde (ACSS), que por sua vez tem o conselho nacional do internato medico; tem a DGS [Direção Geral da Saúde]; tem os SPMS [Serviços Partilhados do Ministério da Saúde] (…) e tem as administrações regionais de saúde”, exemplificou.
Miguel Guimarães considerou ainda que a tutela liderada por Marta Temido tem “muitas estruturas dependentes, que têm capacidade para aquilo que é a direção executiva do SNS”.
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