Depois da polícia desmantelar uma “associação criminosa” que utilizava a internet para vender pinturas falsificadas atribuídas a artistas como Francisco de Goya, José Benlliure y Gil e Nicolás Falcó, seis pessoas acabaram presas na região de Valência, no leste de Espanha.
A investigação, que foi conduzida por agentes do grupo de património histórico da polícia valenciana, iniciou-se quando surgiram dúvidas sobre a proveniência de “A Adoração dos Três Reis Magos” de Falcó, comprada por 18 mil euros e revendida por 45 mil.
A pintura, vendida como sendo a original do século XVI, revelou-se falsa, ajudando a polícia à quadrilha de falsificadores que tentavam vender mais de 30 pinturas online.
Ao todo, os oficiais apreenderam 27 obras avaliadas em 1,2 milhões de euros e descobriram uma operação de falsificação “decididamente pouco sofisticada”, completa com certificados de autenticidade falsos. Entre eles estava uma pintura que dizia ser “Uma Imaculada Conceição de Goya”, com um preço inicial de 900 mil euros.
Segundo o governo regional de Valência, em comunicado: “Os métodos eram tão simples quanto colocar um pequeno pedaço de papel sobre uma assinatura para trocá-la por outra, reutilizando os dois lados de uma tela e imitando tinta rachada queimando a tela com um maçarico”.
Para analisar as obras, foram destacados especialistas do Instituto de Conservação, Restauração e Investigação de Valência, do Museu de Belas Artes de Valência e do Museu Benlliure da cidade. Dezoito das 27 obras eram falsificações, duas eram estampas autênticas, enquanto quatro eram itens decorativos sem valor nenhum.
Segundo a Ministra da Justiça Regional, Gabriela Bravo, os esforços da polícia “conseguiram fechar uma nova rede ilegal que compra e vende arte no mercado negro”.
Sete membros dessa “associação” foram julgados por fraude: três foram condenados a 10 meses de prisão, outros três receberam sentenças de três meses e um foi absolvido.
Já em março, a polícia havia apreendido três pinturas falsas atribuídas a Goya, El Greco e Amedeo Modigliani que estavam à venda no mercado negro por 12,5 milhões de euros.