Pessoas desaparecidas devido a inundações e mau tempo em Itália

Regiões italianas de Sicília, Calavria, Basilicata e Apúlia foram colocadas em alerta pelas autoridades.

Itália está a enfrentar graves inundações com bombeiros a reportar mais de 400 intervenções na região de Sicília, especialmente nas zonas em redor de Catânia e Siracusa, e 180 operações em Calabria, numa altura em que já foram reportados desaparecimentos de diversas pessoas. 

Na Sicília foram registados vários pedidos de ajuda entre as autoridades, em Catania, dois idosos foram dados como desaparecidos depois de inundações atingirem a comuna de Scordia. Os desaparecidos são um homem de 67 anos e uma mulher de 54, um casal, que foi arrastado pelas correntes depois de ter abandonado o seu carro, que estava preso em lama e água, disse um testemunho à agência de notícias italiana, ANSA. 

Ainda em Scordia, foi encontrado o cadáver de uma vítima após uma missão de salvamento que contou com a ajuda de um helicóptero. Em Trapani, uma comuna que também se situa nesta ilha, quatro pessoas foram resgatadas pelos bombeiros. 

Devido ao mau tempo extremo, onde a elevada precipitação e ventos fortes fizeram com que os rios transbordassem e inundassem diversas localidades, as autoridades foram obrigadas a colocar as regiões de Sicília, Calabria, Basilicata e Apúlia em alerta, esta segunda-feira.

O presidente da junta de Catânia, Salvo Pogliese, decretou o encerramento das escolas, parques da cidade e de cemitérios enquanto o mau tempo extremo continuar nesta região. 

Estas inundações extremas, provocadas pelas mudanças climáticas, já tinham quebrado recordes de precipitação no início do presente mês, em Génova, na cidade Rossiglione, choceu cerca de 925 milímetros de chuva, em comparação, esta é a quantidade equivalente à precipitação média da cidade norte-americana de Seattle, conhecida pelo seu clima chuvoso, ao longo de um ano inteiro, exemplifica a CNN, que acrescenta ainda que a capital inglesa, Londres, iria demorar, em média, 15 meses para contabilizar esse nível de chuvas. 

Entretanto, no resto do mundo, vários países enfrentam extremas inundações que estão a provocar vítimas mortais e estragos nas infraestruturas. 

A Costa do Marfim registou o colapso de edifícios e de pelo menos quatro mortes devido às fortes chuvas, que provocaram inundações e deslizamentos de terra, que atingiram o país.

Moçambique “está em risco elevado” com as autoridades a alertarem que mais de 1,2 milhões de pessoas poderão ser afetadas por inundações em oito distritos das províncias de Sofala e Manica.

As inundações tem sido um grave problema este ano, na Alemanha, em julho, foi reportado o pior desastre natural dos últimos 600 anos, que provocou cerca de 170 mortos. 

Na Bélgica também foram registas vítimas mortais, cerca de 20, com a Holanda, Luxemburgo e Suíça a sofreram graves danos materiais.

Cimeira do clima Enquanto estes países enfrentam as consequências das alterações climáticas, as Nações Unidas preparam-se para receber a COP26, a 26ª conferência sobre o clima que irá decorrer em Glasgow, Escócia.

Nesta conferência, líderes mundiais vão debater sobre a questão do aquecimento global e das alterações climáticas, uma reunião que acontece no mesmo ano que foi publicado um relatório da ONU, “Unidos pela Ciência 2021”, que indica que as concentrações de gases com efeito de estufa nunca foram tão altas.