Apesar de ainda estarmos a perto de ano e meio do arranque do Mundial de 2023 de futebol feminino, que deverá acontecer na Austrália e na Nova Zelândia, Portugal está já a jogar todas as suas fichas para garantir, pelo menos, o bilhete de ida para a competição que junta os principais emblemas internacionais de futebol feminino.
Inserida no Grupo H da qualificação europeia, a seleção nacional enfrentou-se à Bulgária, na terça-feira, na cidade de Plovdiv, onde bateu as búlgaras, por 5 a 0. Desta forma, e depois do empate com a Turquia (1-1) e das vitórias frente a Israel (4-0) e à Sérvia (2-1), Portugal conquistou mais três pontos no grupo onde está também a Alemanha, que, à hora de arranque da partida em Plovdiv, liderava com cinco pontos de vantagem frente a Portugal, depois de bater a seleção nacional de Israel por uns estrondosos 7-0, obrigando as portuguesas a procurar a vitória na Bulgária para continuar nas ‘costas’ das alemãs.
Passavam pouco mais das 16h em Portugal (18h na Bulgária) quando a romena Alina Pesu deu o apito inicial da partida no estádio do Lokomotiv de Plovdiv, a mais de 3 mil quilómetros de distância de Portugal, e o jogo não poderia ter começado de melhor forma para as portuguesas.
Logo aos 3 minutos, um erro de Ivanova acabou por valer a Portugal o primeiro golo da partida, colocando o emblema nacional, treinado por Francisco Neto, na frente, bem cedo. E, como se um golo não bastasse, Jéssica Silva deu um ar da sua graça, aos 5 minutos, completando uma importante jogada que deu lugar ao 2-0.
Não passavam nem 10 minutos de jogo no marcador e Portugal já se perfilava como o vencedor, mas sobrava ainda muito tempo no relógio em Plovdiv, e as portuguesas não podiam desleixar. Até ao intervalo, não houve qualquer sinal disso, até pelo contrário, mantendo-se o emblema nacional focado em dilatar a vantagem no marcador, com remates de Jéssica Silva e de Diana Gomes. Da Bulgária, nem sinal. Só aos 24 minutos de jogo é que a equipa da casa deu provas de vida, sem, no entanto, conseguir chegar remotamente perto da baliza de Inês Pereira.
E que série de oportunidades que Portugal desperdiçou. Aos 38 minutos, por exemplo, Jéssica Silva continuou a brilhar, como de costume, com um excelente cruzamento da direita. Diana Silva, no entanto, não foi capaz de concluir a jogada, cabeceando ligeiramente por cima da barra da baliza búlgara, depois de uma saída mal calculada por parte da guarda-redes da equipa da casa.
Apitava-se o fim da primeira parte e Portugal ia para o intervalo sem grande ansiedade, dona da maioria das situações de perigo em jogo, e de dois golos que davam uma confortável vantagem. Bastaria aguentar as búlgaras durante mais 45 minutos para garantir mais 3 pontos no grupo H.
Mas Portugal foi para além do objetivo de “aguentar” a seleção nacional da Bulgária, e conseguiu dar provas da superioridade na partida. Aos 57 minutos, Diana Silva aproveitou o erro de Razhgeva e fez o 3-0 em Plovdiv. E a entrar nos últimos 20 minutos de jogo, Portugal ainda dilatou mais a vantagem no marcador, quando Diana Gomes fez parelha com Suzane Pires e completou o quarto golo português da partida.
A seleção treinada por Francisco Neto não deixava sombra de dúvida da sua dominância frente às búlgaras, e a equipa da casa parecia cada vez mais exausta, cometendo erros em sequência. Pouco depois do golo de Diana Gomes, Boycheva derrubou Francisca Nazareth, e Carole Costa converteu a grande penalidade que ajudou Portugal a atingir a ‘mão cheia’ de golos em Plovdiv.
Nora Dimitrova acabou ainda expulsa depois de uma entrada desnecessária sobre Jéssica Silva, reduzindo o número de jogadoras búlgaras em campo para 10.
Portugal poderia ter estendido a vantagem no marcador, mas a bola teimou em não voltar a entrar na baliza búlgara, e o resultado manteve-se em 5-0. Ainda assim, um reflexo da notória dominância lusitana da partida, que assegurou mais três pontos no grupo H, e que ajudou a cumprir a missão de ficar a apenas dois pontos das líderes alemãs.
Depois da vitória na Bulgária, a seleção nacional portuguesa voltará a lutar por um lugar no Mundial de 2023 a 25 de novembro, altura em que receberá, em Portimão, o emblema nacional israelita. Nessa altura, as líderes da Alemanha – que, reforce-se, dominaram, na terça-feira, frente a Israel, batendo as visitantes por 7-0 – jogarão também em casa, frente à Turquia, ao passo que a Bulgária viajará até à Sérvia para procurar os primeiros três pontos no grupo H.