O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esclareceu, esta quarta-feira, que as “diligências” que realizou para tentar um acordo entre os partidos, aconteceram “antes do começo do debate” e com “os dois partidos principais de esquerda que podiam ser a chave”. As declarações surgem já depois de Miguel Albuquerque ter negado contactos do chefe de Estado com os deputados do PSD-Madeira.
Marcelo confessou que tem consciência de que é “muito difícil” a viabilização do Orçamento do Estado para 2022, mas mantém a esperança: “Sabem qual é a minha posição, preferiria e prefiro até ao último minuto que o Orçamento passe, mas a decisão soberana é da Assembleia da República”, disse o Presidente, em declarações aos jornalistas em Aveiro.
Se o documento for chumbado, Marcelo anunciou que vai ouvir os partidos, parceiros sociais e Conselho de Estado.
“Se a Assembleia decidir não dar luz verde ao Orçamento irei ouvir os partidos sobre essa matéria. Só depois disso será possível avançar”, indicou.
Marcelo acabou ainda por comentar a ida de Paulo Rangel a Belém, algo que aconteceu “por cortesia”, segundo o chefe de Estado.
“O que não é importante é as pessoas não perceberem que o Presidente da República é como é. Recebo toda a gente, faço audiências de cortesia há seis anos. Há dois candidatos à liderança de um partido, um deles que me pede audiência de cortesia”, explicou. "Pode acontecer que tenhamos de assistir a uma dissolução da Assembleia da República e eleições e isso é que é importante para a vida das pessoas”, rematou.