O Governo decidiu prorrogar a situação de Alerta em Portugal Continental até ao dia 30 de novembro, devido ao agravamento da propagação do vírus da covid-19 na última semana.
"A situação epidemiológica no país ao longo da última semana conheceu um agravamento [que] acompanha aquilo que é a situação europeia", disse a ministra da Saúde, Marta Temido, na conferência de imprensa após a reunião de Conselho de Ministros, esta quinta-feira.
Mesmo com uma média de casos diários inferior aos restantes países da União Europeia (UE), Marta Temido explicou que a “incidência que tem vindo a aumentar, em linha com aquilo que é o risco de transmissão efetivo que está acima de 1 há 16 dias e que situa agora em 1,08".
Portugal também está a entrar na estação do outono/inverno, o que complica a prevenção ao vírus, devido às “temperaturas frias, à circulação dos vírus respiratórios e a maior tendência de concentração em espaços menos arejados”, que podem contribuir para o crescimento da transmissão.
Com estes fatores e através da crescente propagação do vírus, o cenário esperado pela ministra, estudado pelo Instituto de Saúde Doutor Ricardo Jorge, é haver cerca de 1.300 casos diários na primeira semana de novembro. Marta Temido diz que o país está a crescer, mas não se sabe qual é o "patamar de crescimento". Ainda assim, esta subida é diferente nas várias regiões do continente.
“Já tivemos fases de crescimento e de decréscimo no verão e esperamos manter um nível de transmissão controlado: é isso que esperamos fazer desta vez”, frisou Marta Temido.
Ainda assim, a subida do nível de transmissão ocorre “num contexto em que uma larga maioria da população está vacinada", visto que, disse também a ministra, 85,9% da população portuguesa tem a vacinação completa contra a covid-19.
"O nosso estado de alerta tem de manter-se, sendo muito importante que se mantenha o respeito por um conjunto de regras", afirmou Marta Temido.
Já quanto à administração da vacina de reforço contra a covid-19 nos lares, a governante disse que está “praticamente concluída”.
De acordo com os dados referidos pela ministra, 194.257 pessoas com mais de 65 anos e cerca de 5.500 imunossuprimidos já tomaram uma dose de reforço da vacina contra a covid-19.
Em relação à vacina da gripe, Temido indicou que foram inoculadas 384.754 vacinas desde o início da campanha, havendo ainda cerca de dois milhões e meio de vacinas por utilizar, para além das que foram compradas pelas farmácias.
A meta do Governo é que, até ao Natal, todas as pessoas com mais de 65 anos tenham a dose de reforço da covid-19 e também a vacina contra a gripe tomadas.