As eleições diretas para a escolha do líder do PSD estão marcadas e serão disputadas por dois militantes, Rui Rio e Paulo Rangel. Eu sou militante com direito a votar e por isso faço parte dos militantes que vão eleger o novo líder. Sendo duas personalidades tão diferentes no seu percurso, no pensamento e na ação, não tenho qualquer dúvida que o meu candidato e o meu voto é em Rui Rio. Pouco me importa se um é militante há mais anos que o outro, se um veio do CDS para o PSD o que me importa é quem tem mais qualidades de liderança, quem tem mais possibilidades de ganhar as eleições legislativas e ser primeiro-ministro.
Por vezes, somos levados ao engano e quando damos conta já é tarde. Ouvimos um discurso bem estruturado ou uma entrevista bem proferida com muitas promessas, os defeitos e as incompetências são sempre dos outros porque nós somos cândidos, mas se nos dermos ao trabalho de fazer uma avaliação dos tais belos discursos, verificamos que tudo não passa de uma encenação bem montada, sendo mais uma hipocrisia.
Mas como este artigo é para falar de dois candidatos à liderança do PSD, dos seus sucessos ou insucessos, cada militante tirará as suas conclusões.
Comecemos por Paulo Rangel. Em 2009 foi candidato pelo PSD às eleições Europeias obtendo uma vitória de 31,71 % contra 26,58% do PS sendo a diferença de 4,13 %. Em 2010 disputou a liderança do PSD com Passos Coelho, sendo os resultados, Passos Coelho 61,06% e Paulo Rangel 34,47% uma diferença de 26,59%, uma pesada derrota. Em 2014 novamente candidato pelo PSD às eleições Europeias obteve 27,71% dos votos e o PS obteve 31,46% perdendo por 3,75%. Em 2019 sendo novamente candidato pelo PSD às eleições Europeias obteve o resultado desastroso de 21,94% e o PS 33,38% sendo a derrota de 11,44%. Estes são os resultados obtidos por Paulo Rangel em 11 anos.
Rui Rio e o seu percurso. Em 2001, ninguém o levava a sério, mas ganhou as eleições ao PS para a Câmara Municipal do Porto, ganhando e reforçando a votação em 2005 e ainda mais em 2009. Em 2017, em consequência, da demissão de Passos Coelho após uma pesada derrota nas eleições autárquicas, Rui Rio resolve candidatar-se a líder do PSD, estava fora das estruturas, não tinha máquina partidária não pertencia nem pertence às elites do Partido em Lisboa, mas venceu Santana Lopes com 54,15% de votos contra 45,85%. Em 2019 nas eleições legislativas Rui Rio obteve 27,76% dos votos a nível Nacional e ficou a 8% do PS. Em 2020 há eleições diretas para a liderança do PSD e mais uma vez as elites do Partido em Lisboa arranjaram não um, mas dois candidatos contra Rui Rio e mais uma vez saíram derrotados, Rui Rio obteve 53,21% dos votos e Luís Montenegro 46,79%. Em 2021 Rui Rio como líder do PSD obteve 114 Câmaras Municipais ganhando Lisboa, Coimbra e tantas outras, recuperando 16 e invertendo a distância para o PS.
Até agora em eleições, pelos dados que apresento, existe uma enorme diferença entre o sucesso de Rui Rio e o insucesso de Paulo Rangel. Mas existem outras tantas, Rui Rio vai à luta com o partido desfeito e cheio de cacos como aconteceu em 2018, Paulo Rangel só aparece quando lhe cheira a poder. Fez isso em 2010 e está a fazê-lo em 2021. Se é tão capaz agora, porque não se candidatou a Presidente do Partido em 2018 ou a Presidente da Câmara Municipal do Porto em 2021? Porque sabia que perdia.
O PSD tem tido grandes líderes, uns com mais sucesso, outros com menos. Francisco Sá Carneiro, fundador do PPD/PSD, inteligente corajoso e solidário, morreu prematuramente, mas o mito continua vivo. Nesse momento trágico, Francisco Pinto Balsemão substitui-o no Partido e no Governo com brilho e dedicação. Outros líderes engrandeceram o PSD tanto no Governo como na oposição. Falando em alguns por quem tenho admiração, Mota Pinto, Cavaco Silva, Fernando Nogueira, Marcelo Rebelo de Sousa, Durão Barroso, Manuela Ferreira Leite, Passos Coelho e Rui Rio.
Sendo este Partido repleto de valores democráticos e de respeito para com o líder em funções, Rui Rio eleito em 2018, recebeu um partido quase moribundo, mas com muito trabalho e muita imaginação conseguiu, em três anos uma recuperação tão visível, que hoje já é alternativa ao atual Governo. Mas, como na vida, há sempre quem se queira aproveitar do sucesso de outros, surge Paulo Rangel a dizer que tudo está mal no PSD, que Rui Rio não faz oposição quando os resultados demonstram o contrário. Paulo Rangel enquanto lhe deu jeito, dizia que Rui Rio é corajoso e um grande líder e por isso tinha todo o seu apoio. Agora que Rui Rio preparou o Partido para poder ganhar eleições aparece mais uma vez Paulo Rangel com um grupinho de Lisboa e alguns do Porto, na maioria desempregados da política, e de mão beijada querem voltar a ser donos e senhores do PSD.
Paulo Rangel diz que tem mundo, que é cosmopolita, que é inteligente e culto, que frequenta os salões da nobreza, que vive junto das elites nacionais e internacionais etc. Com tanta vaidade até ele quando se vê ao espelho reprova a sua conduta. Rui Rio, tal como eu e tantos milhares de militantes que não frequentam esse mundo, não precisamos de nos ver ao espelho, porque a nossa simplicidade é verdadeira.
Afinal quem é Rangel? Um aventureiro, um oportunista que se aproveita do trabalho e sucesso de outros? Um representante de alguns militantes desempregados que destruíram o partido? Afinal o que fez Rangel tão importante na política e no PSD a não ser colecionar derrotas. Todos estes atributos, pode ter impacto no mundo cosmopolita, no qual erradamente se identifica, mas de certeza que não tem acolhimento nos anteriores líderes e no atual do PSD e nem nos milhares de militantes, que sabem distinguir a seriedade, a competência e o trabalho de um líder igual a nós. EU APOIO RUI RIO!