Notícia atualizada às 14h
Pelo menos 19 pessoas morreram e 50 ficaram feridas após duas explosões, seguidas de tiros, que atingiram o maior hospital militar do Afeganistão em Cabul, confirmou um funcionário do Ministério da Saúde afegão à agência de notícias France Press (AFP). Até agora, nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque.
"Dezanove mortos e cerca de 50 feridos foram levados para hospitais da cidade", afirmou o responsável, sob condição de anonimato, após duas explosões, seguidas de tiros.
As explosões tiveram lugar à entrada do hospital Sardar Mohammad Daud Khan e as forças de segurança foram enviadas para a área, disse o porta-voz do Ministério do Interior Qari Saeed Khosty. O grupo de ajuda italiana Emergency, que dirige um hospital de trauma situado a 3 km do local da explosão, adiantou que nove feridos tinham sido trazidos até agora.
Fotografias partilhadas pelos moradores no local mostraram uma nuvem de fumo sobre a área das explosões e testemunhas disseram que pelo menos dois helicópteros estavam a sobrevoar a área.
A agência noticiosa oficial de Bakhtar citou testemunhas que afirmaram que vários combatentes do Estado islâmico entraram no hospital e em confronto com as forças de segurança, segundo o The Guardian.
As explosões vieram juntar-se a uma lista crescente de ataques e mortes desde que os Talibãs completaram a sua vitória sobre o anterior.
O Hospital Sardar Mohammad Daoud Khan é o principal hospital militar de Cabul e localiza-se a poucos metros da embaixada dos Estados Unidos e do Ministério da Saúde afegão.
Em março de 2017, este centro hospitalar sofreu um atentado suicida, tendo sido realizado alegadamente pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI). Mais de 30 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.
O EI já assumiu a responsabilidade de ataques em pelo menos oito das 34 províncias afegãs desde o momento em que os talibãs ficaram no poder no dia 15 de agosto. O maior ataque deste grupo até à data ocorreu em 26 de agosto, no aeroporto de Cabul, quando milhares de afegãos estavam a tentar fugir do país desesperadamente. Morreram cerca de 170 pessoas.
Para os especialistas, o grupo 'jihadista' é a maior ameaça à segurança do Governo talibã no Afeganistão.