Perto de mil pessoas manifestaram-se no domingo em Lisboa em defesa de maior justiça climática, exigindo mais ação aos líderes políticos mundiais para se definirem propostas concretas para travar o aquecimento global.
A marcha pelo clima começou na Praça Martim Moniz e subiu pela Avenida Almirante Reis até à Alameda. Várias centenas de manifestantes entoaram cânticos de protesto, exibindo cartazes com alertas e exigências: “Não há planeta B!”, “Precariedade planetária”, “Energias renováveis para todos” e “Não fritem o planeta!”, eram alguns dos exemplos.
Convocada pela plataforma Salvar o Clima, a manifestação contou com o apoio de várias organizações portuguesas que apelam a cortes drásticos nas emissões de gases com efeito de estufa e à justiça climática global, numa iniciativa para criar pressão sobre a 26.ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre alterações climáticas (COP26). Marcaram ainda presença a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, e a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins.
A COP26, que reúne mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas e ativistas, decorre até 12 de novembro em Glasgow, Escócia, tendo em vista a renovação dos esforços dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
Nos primeiros dois dias a cimeira mundial foi marcada pelas declarações do Presidente dos EUA, Joe Biden, que lamentou a ausência na conferência de dois dos maiores emissores de gases com efeito de estufa do mundo, a Rússia e a China. Ao fim da primeira semana, foram feitas promessas de redução nas emissões de metano, menos investimento no carvão, e de que a Índia, o terceiro país mais poluidor do mundo, será neutro em carbono em 2070 e reduzirá até 2030 as emissões em mil milhões de toneladas. Foi ainda assinado um acordo global para pôr fim à desflorestação até 2030, com o apoio em mil milhões de euros da Comissão Europeia, ao mesmo tempo que o Brasil anunciava acabar com a desflorestação ilegal até 2028
Nesta segunda semana, que arranca esta segunda-feira, esperam-se as decisões sobre as propostas pré-elaboradas, que hão-de dar origem ao documento final da cimeira, que acaba sexta-feira.