Fazem sucesso nas televisões e costumam ganhar mais espaço de antena na chamada silly season. Ainda assim, há canais (sobretudo temáticos) que os transmitem durante o ano todo, seja com conteúdos próprios ou importados, dos EUA, Brasil ou Holanda – neste caso, as estações até optam várias vezes por colocar um ou dois apresentadores entre os vídeos, apesar de nunca ninguém ter percebido o motivo, uma vez que se não estiver a ser visto em tempo real a opção de avançar – já gasta do comando – será quase de certeza utilizada – curiosidade: quantos ainda conseguem ver este sinal (»)? Voltando ao tema, refiro-me aos programas de ‘Apanhados’ – que talvez sejam dos poucos conteúdos em que a escolha do nome do programa é logo à partida um desperdício de tempo, porque no final do dia são sempre engavetados naquela categoria. E quando por acaso é necessário distinguir um programa de apanhados de outro do mesmo formato, o mais certo é recorrer ao protagonista de um deles para resolver a questão. Dentro destes programas há depois várias diferenças, mas a principal é de longe a qualidade dos próprios apanhados – e, depois, o feitio de cada um de nós para definir se prefere os mais descontraídos, os mais inconvenientes (destaque para os formatos brasileiros) ou outros.
E toda esta conversa vem a propósito de uma série que espreitei recentemente (apesar de não ser assim tão recente, a 1.ª temporada ficou disponível em 2019): Prank Encounters, mais um programa de apanhados, mas com uma produção xpto onde as vítimas são sujeitas a situações complicadas e aterradoras no suposto primeiro dia de trabalho. O conceito é sempre igual: naquele que deveria ser o início de uma experiência profissional (sazonal ou não), os ‘apanhados’ acabam por deparar-se com situações surreais e até sinistras. Mas o melhor do programa é ver que mesmo nas piores circunstâncias as pessoas ainda são na sua maioria genuinamente boas, competentes e honestas.
E esta é a melhor verdade oculta.