No dia em que foram diagnosticados 1483 novos casos de covid-19 em Portugal e registadas 15 mortes associadas à doença, de acordo com o mais recente boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), fontes próximas de Marcelo Rebelo de Sousa disseram ao Observador que poderá existir uma “campanha de sensibilização mais alargada” para avançar ao ritmo pretendido na terceira dose da vacina.
Atualmente, o país soma um total acumulado de 1.107.488 infetados desde março do ano passado, dos quais 18257 perderam a vida. Temos de recuar até ao dia 16 de outubro para ver um número de mortes que atingiu uma dezena, só recuando até 26 de agosto é possível contabilizar o mesmo número de vítimas mortais verificadas ontem. Para evitar a manutenção desta realidade, de acordo com mesmo site, os mais velhos terão de entender a necessidade de tomar mais uma dose.
E apesar de reconhecer que “o vice-almirante tem a vida dele, não vai ficar a vida toda a tratar da vacinação”, o núcleo duro do Presidente da República acredita que a estrutura deve continuar a funcionar sem o homem que coordenou a task-force. Porém, na passada sexta-feira, Gouveia e Melo avançou, em declarações à RTP, que “ninguém pode descartar nada enquanto vestir o uniforme militar”.
“Se me disserem que é a missão que tenho de cumprir, cumprirei todas as missões”, declarou, sendo que, dois dias antes, havia transmitido outra ideia. “Estarei sempre disponível enquanto militar, mas gostaria de ver a nossa sociedade a andar para a frente de outra forma: sem nenhum Sebastião, porque Sebastião é cada um de nós”, frisou em Coimbra.
Ao Nascer do SOL, o epidemiologista Manuel Carmo Gomes, professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, constatou que ao ritmo atual de aumento de casos, o país ultrapassará os 2 mil casos diários de covid-19 ainda antes de dezembro, podendo chegar ao Natal no mesmo patamar de diagnósticos diários que se verificou no ano passado – cerca de 3500 novos por dia. Por este motivo, recomendou que antes de convívios alargados, nomeadamente com pessoas mais vulneráveis, os portugueses façam um teste rápido à covid-19. “São baratos, podemos tê-los em casa. No Natal passado não tínhamos essa hipótese, hoje temos”.
EUA sofrem com obrigatoriedade da vacinação No final do mês passado, o xerife do condado de Los Angeles, Alex Villanueva, divulgou um memorando em papel timbrado oficial intitulado “Ameaça iminente à segurança pública”. Segundo vários órgãos de informação daquele país, como o Los Angeles Times, este documento não correspondeu a um alerta sobre um desastre natural iminente, mas sim à necessidade de divulgar que previa que o mandato de vacinação do Conselho de Supervisores do Condado de Los Angeles para todos os funcionários resultaria num êxodo em massa dos membros da sua equipa – que viriam a pedir a demissão -, referindo que viveria uma onda sem precedentes de aumento de homicídios e tempos de resposta, bem como a redução de patrulhas.
Por outro lado, na cidade de Nova Iorque, os líderes sindicais alegaram que até “10 mil” oficiais seriam retirados da patrulha devido a um mandato de vacinação, que entrou em vigor a 20 de outubro. Em Chicago, o presidente da Ordem Fraternal da Polícia, John Catanzara, instigou os seus membros a não cumprir um mandato municipal que os obrigava a declarar se estavam ou não vacinados. Numa série de vídeos, o dirigente deixou claro que a cidade não poderia forçá-los a serem inoculados e salientou que nenhuma exigência de vacinação constava nos contratos.
“Há polícias que não foram vacinados. Foi dada essa opção. Não sei qual foi a quota, mas sei que há quem não o tenha feito. É um assunto difícil de comentar porque quando há pessoas vacinadas que continuam a ter covid-19, não digo que todos devem ser inoculados. É dúbio porque apanhamos a doença na mesma.”, declara Pedro Carmo, presidente da Organização Sindical dos Polícias (OSP/PSP).
“Não tenho conhecimentos médicos para comentar no sentido em que deviam ou não ser todos vacinados. Vemos pessoal vacinado doente. Já aconteceu obrigarem os médicos a serem vacinados. Se entretanto acharem que deve ser assim, logo veremos o impacto”, apontando que não imagina que a mesma decisão seja tomada em Portugal.
“Não estou a ver que isso aconteça aqui de ânimo leve. Teria de ser bem estudado. Tem de ser mostrado que a vacina vale a pena para quem acha o contrário. É tentar mudar a opinião de quem não quis ser vacinado. E não sei até que ponto podem obrigar as pessoas a fazer isso”, considerando que a Constituição da República Portuguesa “tem liberdades, garantias e direitos muito diferentes dos da norte-americana”.
“Acima de tudo, devemos ter a consciência de que há cuidados que temos de continuar a ter: limpeza das mãos, limpeza dos espaços, utilização de equipamentos de proteção individual, manutenção da distância de segurança. Isso sim sabemos que resulta e faz com que tenhamos menos probabilidade de apanhar o vírus”.