Depois de ter retirado Donald Trump da Casa Branca em janeiro, quando tomou posse como Presidente dos Estados Unidos, a porta-voz Jan Psaki revelou que Joe Biden pretende recandidatar-se ao cargo nas eleições presidências de 2024. “Ele vai [recandidatar-se]”, afirmou Psaki, durante uma conferência de imprensa esta segunda-feira. “Essa é a sua intenção”, disse a porta-voz, citada pela Reuters, com a intenção de colocar um ponto final aos rumores lançados pelos dirigentes democratas que afirmavam que o atual Presidente não se ia recandidatar devido a uma quebra de popularidade.
“A única coisa que ouvi por parte de Biden é que planeia concorrer outra vez. E estou satisfeito com essa decisão”, disse o antigo senador democrata, Chirs Dobb ao Washington Post, para um artigo publicado no 79.º aniversário do Presidente, acrescentando que este também já tinha partilhado esta informação com “um pequeno grupo de doadores” durante um evento de angariação de fundos virtual que aconteceu no início do mês.
Apesar da confiança de Biden em voltar a concorrer às eleições, a sua situação não podia ser mais diferente face ao momento em que aceitou defrontar Donald Trump nas urnas eleitorais.
No início de novembro, o Presidente dos Estados Unidos apresentava uma taxa de desaprovação é “historicamente alta”, escreveu a revista de negócios norte-americana Fortune.
Quando Biden foi eleito a sua taxa de aprovação era de 53%, mas, entretanto, desceu para 44%, segundo uma sondagem conduzida pela Reuters, publicada no final de outubro, enquanto a taxa de desaprovação está nos 51%, o único que conseguiu ter uma taxa de desaprovação superior ao atual Presidente foi Donald Trump (56,7%).
Apesar de recentemente a administração de Biden ter celebrado uma vitória importante com a aprovação pelo Congresso na semana passada de um plano de infraestruturas no valor de um bilião de dólares (890 mil milhões de euros), enquanto ainda está em debate um pacote de prestações sociais no valor de dois biliões de dólares.
Este é um alívio importante para Biden, uma vez que, segundo um estudo citado pelo Guardian, no início da semana passada, antes da aprovação deste plano, afirmava que apenas 39% dos americanos aprovavam a forma como o Presidente estava a gerir a economia do país, numa altura em que a inflação dos Estados Unidos atingiu o seu pico mais elevado dos últimos 30 anos e devido à crise de cadeias de fornecimento.
Além destes temas também a forma como o Presidente lidou com a retida das tropas do Afeganistão, que conduziu o país asiático ao caos, tendo os talibãs assumido o controlo do Governo, enquanto, e o descontrolo da pandemia nos Estados Unidos, com a variante Delta a fazer os casos e as mortes por covid-19 dispararem estão entre as principais razões de descontentamento dos americanos.
Já do lado do antigo rival das urnas de Biden, Donald Trump, apesar de analistas acreditarem que o ex-Presidente vá concorrer às eleições e que tem hipóteses de vencer nos cinco estados que perdeu em 2020, Arizona, Georgia, Pennsylvania, Michigan e Wisconsin, o seu ex-advogado, Michael Cohen, acredita no contrário.
“O Donald não vai concorrer novamente a eleições”, disse o advogado à CNN. “Primeiro que tudo, ele tem um ego bastante frágil. Ele perdeu as primeiras eleições por cerca de 7 milhões de votos e, desta vez, vai perder por ainda mais e o seu ego frágil não consegue tolerar uma segunda derrota”, explicou Cohen.