É oficial. Sandra Felgueiras vai apresentar o último Sexta às 9, na RTP, na próxima sexta-feira, dia 26. Segundo o i apurou, a jornalista despediu-se da redação dizendo que iria ficar até ao último programa desta série, que terminava a 17 de dezembro, mas a direção de informação decidiu que deveria sair já na próxima sexta-feira, apesar de ter vários trabalhos concluídos.
Sandra Felgueiras, que é apontada ao grupo Cofina, onde será supostamente diretora da revista Sábado e terá um programa na CMTV, é defendida nas redes sociais por colegas que consigo trabalharam na RTP, que dão a entender que a jornalistas se cansou de não ter meios para fazer um jornalismo de investigação. O jornalista Luís M. Loureiro, que esteve sete anos na equipa do Sexta às 9 e que atualmente é professor na Universidade do Minho, escreveu no Facebook sobre os apoios da direção de informação a Sandra Felgueiras: “O apoio existiu? Quando? De que forma? O país assistiu, porventura incrédulo, aos apelos que a Sandra Felgueiras fez publicamente, um deles olhos nos olhos com o Presidente da República, quando há dois anos o Sexta às 9 recebeu o prémio da SPA para o melhor programa de informação. Na altura, havia recibos verdes na equipa. O país assistiu incrédulo à ida de Sandra Felgueiras ao Parlamento, denunciando sem qualquer poupança nas palavras (e na verdade) a inacreditável suspensão do Sexta às 9 pela direção de informação de Flor Pedroso e Cândida Pinto, antes das eleições e quando estávamos com informações sensíveis em mãos, sobre o processo do lítio, informações prontas a publicar quando o programa arrancasse após as férias. E depois disso o que foi feito? Que condições foram dadas?”.
Luís M. Loureiro reagia desta forma à nota pública da direção de informação que dava conta do fim da ligação da jornalista ao canal público. “Face ao anúncio público da sua saída da RTP e à formalização da sua desvinculação da empresa, a jornalista Sandra Felgueiras deixa, a partir do final desta semana, de coordenar a apresentar o programa Sexta às 9”. A direção de António José Teixeira explicava ainda que “o jornalismo de investigação livre e independente faz parte da história da RTP há décadas e assim continuará. O escrutínio dos poderes e do que possa atentar contra a lei e o interesse público continua a ser uma prioridade da informação da RTP, que está a trabalhar num renovado formato”. Ironicamente, há um dia, Sandra Felgueiras anunciava no Facebook o seu próximo programa na RTP: “Esta semana, o Sexta às 9 mostrar-lhe-á qual é o estado da liberdade de imprensa em Portugal. Porque este é um dos maiores e melhores indicadores sobre a qualidade da democracia em que vivemos”. Aguardemos então.