«Provavelmente, se perguntar aos 230 atuais deputados na Assembleia da República se algum dia gostariam de ser presidentes de uma comissão, ou da própria Assembleia, ou vice-presidentes, todos eles dirão que não depende deles, mas que, se se colocasse a opção, gostariam», declarou ao Nascer do SOL a deputada socialista Edite Estrela quando questionada sobre se estaria interessada no lugar que Ferro Rodrigues deixa vago com o fim da atual legislatura. Edite Estrela, ainda assim, insistiu que «não faz sentido estar a especular sobre o assunto neste momento». E tem razão. A questão só irá colocar-se se o PS for o partido mais votado nas eleições de 30 de janeiro e reunir condições no hemiciclo para eleger o presidente da Assembleia da República.
De qualquer modo, as declarações de Edite Estrela ao Nascer do SOL – «Em relação ao futuro, só o futuro dirá» – são indiciadoras de que a deputada e eurodeputada há décadas (teve pela primeira vez assento no Parlamento em 1987) não tem nos seus planos não integrar as listas de candidatos a deputados do PS nas próximas eleições.
Recorde-se que uma das palavras de ordem nos bastidores do partido – por expressa indicação do secretário-geral, António Costa – é a renovação das listas e a escolha de ‘novos protagonistas’, como o Nascer do SOL tem vindo a noticiar.
Nesse sentido, Ferro Rodrigues formalizou a sua despedida do Parlamento e do cargo de presidente da Assembleia da República, bem como outros parlamentares com décadas de permanência em S. Bento, como Jorge Lacão, José Magalhães ou Capoulas Santos. O próprio poresidente do partido, Carlos César, apressou-se a desmentir a hipótese – aventada por Ascenso Simões – de poder concorrer a segunda figura do Estado na próxima legislatura, excluindo igualmente poder vir a integrar as listas de candidatos socialistas ao lugar de deputado.
Outro dos nomes falados entre os possíveis sucessores de FErro Rodrigues é o do atual presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis.
O próprio deverá regressar às listas socialistas, pelo círculo eleitoral de Braga, apesar de essa informação não ter sido ainda confirmada. Em recente entrevista ao Público, Assis reconheceu que ficaria «feliz» com um cargo que o «honraria». «Seria incompreensível que dissesse que era uma função que não gostaria de exercer», afirmou.