Três pessoas foram detidas, esta quarta-feira, pela Polícia Judiciária, entre as quais dois empresários – um ligado ao setor metalúrgico e outro à atividade desportiva -, pelos fortes indicios na prática dos crimes de fraude fiscal, burla qualificada, falsificação informática e branqueamento. Em causa está um alegado "intrincado esquema de movimentação financeira" que movia milhões de euros.
Segundo a CNN Portugal, César Boaventura, associado a vários negócios com o Benfica, é um dos empresários detidos pela PJ. Para recolher informação sobre negócios de transferências de jogadores realizados por Boaventura, a autoridade realizou buscas ao Benfica e Sporting, avança a mesma fonte.
No caso do Benfica, falam-se dos negócios dos jogadores Luca Waldschmidt e Odisseas Vlachodimos. Já no Sporting, será um jovem jogador da formação, que será agenciado por César Boaventura.
Foi realizada uma operação policial, denominada "Malapata", para dar cumprimento aos mandados de detenção e de buscas domiciliárias e não domiciliárias, que foi levada a cabo pela PJ, através da Diretoria do Norte, com parceria dos "Departamentos de Investigação Criminal de Braga e Madeira e da Unidade de Perícia Tecnológica e Informática, no âmbito de um inquérito titulado pelo Ministério Público – DIAP Porto, desenvolvido em equipa mista com a Autoridade Tributária e Aduaneira – Direção de Finanças do Porto", refere o comunicado da PJ publicado no site da autoridade hoje.
Nesta operação, foram cumpridas "28 buscas domiciliárias e não domiciliárias, realizadas nos concelhos de Barcelos, Braga, Esposende, Trofa, Vila Nova de Famalicão, Funchal, Benavente e Lisboa".
"Através do exercício de atividade comercial fictícia de sociedades geridas pelos suspeitos, assim como de correspondentes contas bancárias tituladas por terceiros (pessoas individuais e coletivas), em território nacional e no estrangeiro, aqueles lograram criar um intrincado esquema de faturação / movimentação financeira que ofereciam tanto como veículo de branqueamento para terceiros, prestando assim esse serviço ilícito pelo qual seriam remunerados, como para ocultação dos proveitos gerados da própria atividade legítima dos próprios e de terceiros, nos sectores indicados", explica o comunicado.
Segundo a PJ, já foram identificados até à data "movimentos financeiros, em diversas plataformas, num montante superior a €70.000.000".
"A vantagem patrimonial em sede fiscal, estimada, associada ao principal visado, atinge o montante de 1,5 milhões de euros, apenas com base em elementos já confirmados", sublinhou a autoridade judiciária, acrescentando que na operação policial apreendeu documentação, automóveis e material informático.
"Os detidos vão ser presentes à competente autoridade judiciária para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação tidas por adequadas", afirmou a PJ.