Washington DC iniciou um processo civil em busca de duras sanções financeiras contra os grupos de extrema-direita Proud Boys e Oath Keepers devido à sua intervenção na insurreição que se deu no dia 6 de Janeiro no Capitólio por apoiantes extremistas de Donald Trump, chamando ao ataque "um ato coordenado de terrorismo doméstico".
O processo – apresentado na terça-feira passada no tribunal federal em Washington – também nomeia dezenas de membros superiores dos grupos, muitos dos quais já enfrentam acusações criminais por terem participado no violento ataque ao edifício do Capitólio enquanto o Congresso se reunia para certificar a vitória de Joe Biden nas eleições de 2020.
Karl Racine, procurador-geral de Washington DC, disse que o processo pede uma indemnização por danos ao Distrito de Columbia e para infligir o máximo de danos financeiros aos grupos responsáveis. "A nossa intenção é responsabilizar estes mafiosos violentos e grupos de ódio violento e obter cada cêntimo de dano que pudermos", disse Racine. "Se os levarmos à falência, então e é um bom dia".
O processo tem como base uma lei pós-guerra civil conhecida como Lei Ku Klux Klan, promulgada em 1871. Uma tácita semelhante foi utilizada para assegurar um veredicto de 26 milhões de dólares no mês passado contra grupos e indivíduos que defendem a supremacia branca, e que são responsáveis pela organização do violento rally de 2017 Unite the Right em Charlottesville, em Virginia, no qual uma pessoa foi morta.
O procurador-geral anunciou o caso na terça-feira passado, junto de Eleanor Holmes Norton, delegada sem direito a voto da Câmara dos Representantes. Norton disse que o processo foi concebido para assegurar um financiamento extra para apoiar os agentes da polícia de Washington DC feridos enquanto defendiam o edifício do Capitólio e para servir de aviso a grupos extremistas. "Vão ter de gastar dinheiro para se defenderem", disse Norton. "Mesmo que não recebamos um cêntimo em restituição, o efeito dissuasor deste processo dirá: Esteja preparado para gastar dinheiro para se defender, porque vamos atrás de si”.