Centenas de pegadas de dinossauros, tão bem preservadas que permitem mesmo observar a pele escamosa, foram encontradas na Polónia, dando agora “uma visão do ecossistema complexo de há 200 milhões de anos atrás”.
Descrito pelo Instituto Nacional Geológico Polaco como um “tesouro”, os rastos fósseis e os ossos foram encontrados numa mina de argila a céu aberto em Borkowice, 130 quilómetros a sul de Varsóvia.
“Nos rastros deixados pelos dinossauros, podemos ficar a conhecer os seus comportamentos e hábitos. Temos rastos deixados por dinossauros em corrida, a nadar, descansar e sentados”, disse o geólogo Grzegorz Niedzwiedzki à Reuters.
As maiores pegadas de dinossauros carnívoros têm 40 centímetros de comprimento e, em muitos casos, a pele pode ser vista em detalhes.
“Para que tal estado de preservação seja possível, uma sequência muito especial de eventos deve ocorrer num curto espaço de tempo”, acrescentou o especialista.
Os dinossauros teriam entrado no fundo de argila de uma lagoa logo após as águas terem recuado. Os rastos terão secado antes da “rápida inundação da área novamente e da cobertura igualmente rápida da superfície pela sedimentação de um banco de areia”, acrescenta Pienkowski. “A areia tornou-se, com o tempo, uma camada espessa, e é por isso que vemos as pegadas ‘projetadas’”, elucidou.
Já foram identificadas várias centenas de pegadas de dinossauros, representando pelo menos sete espécies, e os geólogos dizem que provavelmente encontrarão mais. Além disso, os investigadores também descobriram fragmentos de ossos de animais e peixes.
“Eu viajo pelo mundo inteiro, vejo muitos rastos de dinossauros, mas quando vi estas espécies de Borkowice, os olhos caíram-me da cara”, revelou Niedzwiedzki, que acredita que esta “coleção” pode ser uma das maiores da Europa. “Estes são, com certeza, os vestígios mais bem preservados de dinossauros até agora descobertos na Polónia”, contou.
A equipa espera aumentar a já impressionante descoberta. “Já temos algumas centenas de pegadas e ossos na nossa coleção Borkowice”, adianta Pienkowski. “No entanto, parece que em breve teremos milhares dessas amostras. É apenas uma questão de tempo até que os crânios sejam encontrados”, rematou.