Javier Bardem, que trabalhou com Woody Allen no filme ‘Vicky Cristina Barcelona’, em 2008, voltou a defender o realizador norte-americano das acusações de abuso sexual de que é alvo há cerca de 30 anos. O caso remonta a 1992, quando Dylan Farrow, filha adotiva da então mulher de Allen, o acusou de abuso sexual quando tinha apenas sete anos. O realizador sempre negou todas as acusações e foi considerado inocente em duas investigações diferentes.
“Apontar o dedo a alguém é muito perigoso, se ainda não foi provado legalmente. Além disso, são apenas cusquices”, afirmou em entrevista ao jornal britânico The Guardian.
“Tento seguir a lógica, que é: vamos seguir as regras que existem para determinar se alguém é culpado ou inocente. Se o caso for reaberto e for provado que ele é culpado, serei o primeiro a dizer: ‘Que coisa horrível’. Mas até agora, não vi isso a acontecer”, acrescentou.
O ator espanhol revelou ainda que dá “créditos” a Allen por lhe ter dado a possibilidade de conhecer Penélope Cruz, com quem viria a casar em 2010.
Esta não é a primeira vez que o ator de 52 anos comenta as acusações que visam o realizador de cinema. Já em 2018 disse estar “chocado” com a maneira como Allen estava a ser tratado em Hollywood. “Se houvesse alguma prova de que Woody Allen era culpado, então sim, eu deixaria de trabalhar com ele. Mas tenho dúvidas”, disse na altura.
No início deste ano, estreou, na plataforma de streaming HBO, o documentário ‘Allen V. Farrow', que aborda o conflito entre Allen e a ex-mulher Mia Farrow, que adotou Dylan com apenas duas semanas de vida, em 1985, e as acusações feitas em 1992.
Woody Allen, de 86 anos, e a atual mulher, Soon-Yi Previn, emitiram um comunicado conjunto onde acusaram os jornalistas responsáveis pela produção do documentário de não estarem “interessados na verdade”.
"Estes jornalistas não tinham interesse na verdade. Em vez disso, passaram anos a colaborar sub-repticiamente com os Farrows (…) para montar um trabalho calunioso crivado de mentiras”, lia-se.