As medidas de contenção anunciadas pelo Governo para fazer face ao aumento de casos de covid-19 estão a deixar não só os empresários do setor da animação noturna, mas também os da restauração, indignados. E muitas dúvidas continuam no ar. Será que todas as ações apresentadas são ilegais?
Fontes da área noturna afirmam que não é possível suspender ou proibir a atividade empresarial por resolução do Conselho de Ministros, fora do estado de emergência. As mesmas fontes afirmam que a situação de calamidade para poder ter força legal exige que os governantes acionem ou estado de emergência.
O setor tinha ainda preparado uma ação contra as medidas antigas que depois deixou de fazer sentido devido às restrições terem caído. Mas agora, quando as novas medidas voltaram a incluir um conjunto de regras que enfurece quem vive da noite, os empresários pensam em dar novamente vida a uma ação conjunta.
Para piorar as coisas, o Coliseu dos Recreios está a preparar uma festa em grande para 31 de dezembro, que acabará às seis da manhã. A organização garante a testagem no dia 30 de dezembro, das 10h00 às 21h00, mediante o pagamento de cinco euros, ou no próprio dia das 9h às 21h00, por 12 euros. Em alternativa, qualquer pessoa poderá apresentar um teste negativo PCR ou um antigénio realizado nas últimas 48 horas. Os autotestes não são considerados válidos. A festa está a gerar alguma irritação e desconforto para a classe dos empresários da noite que terão de ter as suas discotecas fechadas, ao mesmo tempo que no Coliseu a festa se realizará.
Recorde-se que o presidente da Associação de Bares e Discotecas da Movida do Porto (ABDMP) manifestou na quarta-feira passada “estranheza e alguma revolta” com a forma como o Governo anunciou as restrições, sem avançar com apoios ao setor, e admitiu a realização de protestos, que poderão ocorrer em todo o país.