Depois de sucessivos adiamentos, foi lançado com sucesso o telescópio espacial James Webb da NASA, este sábado, a partir da base europeia de Kourou, na Guiana Francesa, numa missão considerada de alto risco, que terá como objetivo obter mais dados sobre as primeiras galáxias e estrelas. A astrónoma portuguesa Catarina Alves de Oliveira está envolvida no projeto que foi concebido durante mais de três décadas.
Este observatório espacial, avaliado em cerca de 10.000 milhões de dólares (cerca de 8.800 milhões de euros), vai demorar cerca de 30 dias até chegar ao destino, que é a uma distância de 1,5 milhões de quilómetros do planeta Terra.
O telescópio James Webb começou a ser desenvolvido há mais de 30 anos e é um fruto da parceria entre a ESA e as congéneres norte-americana (NASA), líder do projeto, e canadiana (CSA).
Os engenheiros do ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade estão envolvidos na segurança das operações de lançamento, tal como a astrónoma portuguesa Catarina Alves de Oliveira, que trabalha no Centro de Operações Científicas da Agência Espacial Europeia (ESA), em Espanha, também tem uma missão nas suas mãos: calibração de um dos instrumentos do Webb.
Os astrónomos esperam com o telescópio, cujo nome é uma homenagem a um antigo dirigente da NASA, obter mais dados sobre os primórdios do Universo, nomeadamente o nascimento das primeiras galáxias e estrelas.
James Webb será o sucessor de Hubble, que está em órbita há 31 anos, a 570 quilómetros da Terra, e irá permitir captar a luz ténue de corpos celestes ainda mais distantes, de há 13,5 mil milhões de anos, quando o Universo era bastante jovem (a idade estimada do Universo pela teoria do Big Bang é 13,8 mil milhões de anos).
Note-se que o espelho principal do Webb, de 6,5 metros de diâmetro, tem uma sensibilidade 100 vezes superior ao do Hubble (que tem 2,4 metros).
O telescópio está equipado com um escudo solar desdobrável do tamanho de um campo de ténis que o manterá frio para poder operar. As observações científicas deverão começar seis meses depois do lançamento e os primeiros dados serão conhecidos ainda em meados de 2022.
De realçar que o Webb, dada a distância a que estará da Terra, não poderá ser reparado em órbita, ao contrário do Hubble, pelo que a sua "esperança de vida" é curta, de cinco a dez anos.
Veja aqui o lançamento do telescópio espacial.