Ghislaine Maxwell, socialite britânica e amiga do condenado Jeffrey Epstein, foi considerada, esta quarta-feira, culpada por um júri dos Estados Unidos por ajudar o financeiro a abusar sexualmente de adolescentes entre 1994 e 2004.
O tribunal considerou o papel de Ghislaine fundamental para angariar e preparar jovens que eram depois eram abusadas pelo amigo Epstein, que ficou preso por tráfico sexual de menores em julho de 2019, acabando por aparecer morto na sua cela no estabelecimento prisional de Nova Iorque um ano depois, sem chegar a julgamento. De acordo com o médico legista, a morte foi considerada suicídio, no entanto, há muito ceticismo em relação ao verdadeiro motivo da sua morte.
O veredicto foi determinado por um júri de seis homens e seis mulheres, que demorou seis dias a deliberar a sua decisão após o julgamento de tráfico sexual contra a socialite. Foram avaliados as evidências e os depoimentos de cerca de 30 testemunhas durante três semanas, que apontaram Maxwell como um elemento importante no recrutamento e preparação de adolescentes para serem vítimas de abusos sexuais pelo seu amigo Jeffrey Epstein.
Ghislaine Maxwell, que fez 60 anos no dia de Natal, está presa desde julho de 2020. A filha do magnata Robert Maxwell e outrora grande personalidade na alta sociedade nova-iorquina enfrentava seis acusações federais, que perfazem uma sentença máxima de 70 anos: tráfico sexual de menores, induzir uma menor a viajar para se envolver em atos sexuais ilegais, transportar uma menor com a intenção de a envolver em atividade sexual criminosa e três acusações relacionadas de conspiração.
Contudo, Ghislaine foi absolvida da acusação de induzir uma menor a viajar para se envolver em atos sexuais ilegais, e por isso a sua pena máxima poderá ir até aos 65 anos.
Jeffrey Epstein começou a ser investigado pelas autoridades norte-americanas a partir de 2005, quando os pais de uma rapariga apresentaram uma queixa, na qual alegava que o financeiro tinha abusado a sua filha, na altura com 14 anos.
Epstein declarou-se como culpado, mas chegou a acordo para cumprir uma pena breve, ainda que tivessem sido apresentadas mais queixas.