A Ordem dos Advogados (OA) acusou o governo de "irresponsabilidade" por não prorrogar as férias judiciais, depois de ter feito este pedido na semana passada para minimizar o risco de contágio de covid-19 nos tribunais portugueses, devido ao crescimento do número de casos no país.
A OA pretendia deixar os tribunais fechados na primeira semana de janeiro, mas o Executivo mantém o recomeço das diligências para 4 de janeiro, numa altura em que o país se encontra em semana de contenção e teletrabalho até 9 de janeiro.
"Perante os mais de 17.000 casos ontem verificados e a previsão da ministra da Saúde de que teremos 37.000 casos no próximo dia 7 de janeiro, consideramos de uma grande irresponsabilidade por parte do Governo manter os tribunais abertos durante essa semana, sabendo-se perfeitamente que os mesmos são lugares de risco e que não têm condições adequadas para a proteção das muitas pessoas que lá têm que se deslocar”, criticou o bastonário da OA, em declarações à Lusa.
Luís Menezes Leitão demonstrou também a “preocupação” da Ordem com os casos de covid-19 que têm sido reportados entre magistrados, funcionários judiciais e advogados.
“Tudo isto poderia ter sido evitado se desde o início o nosso pedido tivesse sido atendido pelo Governo, não se vendo qualquer razão para que tal não tenha ocorrido", reiterou.