"A nova fase pandémica em que Portugal se encontra, com a presença de uma nova variante e aumento exponencial do número de novas infeções diárias, exige uma adaptação ágil das normas e procedimentos definidos pelas autoridades de saúde, para melhor acompanhamento dos doentes Covid, não Covid e adesão da população ao que é necessário em cada momento", alertou a Ordem dos Médicos esta quarta-feira.
Numa nota enviada às redações, o bastonário da Ordem dos Médicos e o coordenador do Gabinete de Crise para a covid-19 propõem uma série de recomendações. Entre elas uma reavaliação dos períodos de isolamento e de baixa por doença ou após contacto de alto risco, por exemplo para sete dias, com testagem de modo a assegurar segurança do próprio e de todos, tendo em atenção a presença de fatores de risco, estado vacinal e o impacto do absentismo laboral.
Além disso, recomendam uma "reavaliação dos critérios e recursos alocados ao seguimento de doentes em ambulatório, nomeadamente à alocação de médicos de Medicina Geral e Familiar, que compromete significativamente todas as outras atividades assistenciais". Bem como, o reforço da capacidade de resposta, nomeadamente no SNS24, nas equipas de saúde pública, nomeadamente nos rastreadores, na testagem e centros de vacinação. E, ainda, a ativação da resposta assistencial do sector privado e social, de forma a evitar o agravamento do impacto da pandemia nos doentes não Covid.
As outras sugestões passam pela utilização do Indicador de Avaliação do Estado da Pandemia (IAP), desenvolvido pela Ordem dos Médicos e pelo Instituto Superior Técnico, "para monitorizar a pandemia com coerência, compreensão e envolvimento da população", bem como a disponibilização "de forma regular e transparente de dados relativos aos doentes internados e aos falecidos, nomeadamente idade, comorbilidades, estado vacinal, para fundamentar decisões críticas e urgentes".
Miguel Guimarães e Filipe Froes defendem igualmente o reforço vacinal urgente nos vulneráveis, apontando que "há 15% das pessoas com 65 ou mais anos (que em Portugal representam cerca de 2,3 milhões de habitantes) sem reforço vacinal dos quais mais de 230.000 com mais de 70 anos".