O ano diz adeus e quase já cheira a primavera. Na passagem de ano o céu vai estar limpo ou pouco nublado em Portugal continental com os termómetros a chegar aos 20 graus Celsius. Na linha da frente encontram-se os distritos de Aveiro e Braga, que podem mesmo chegar, segundo as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), aos 22 graus. Mas é também no Norte que estão as cidades mais frias: quem estiver em Bragança e Vila Real é melhor não se esquecer do casaco, apesar da máxima prevista de 16 graus – Bragança pode atingir a temperatura mínima mais baixa do ano: 2 graus.
Também o arquipélago da Madeira não será afetado pela chuva. Já nos Açores o cenário é outro: há previsão de chuva para todas as ilhas.
Voltando ao continente, e no que toca ao Porto, Santarém e Setúbal são esperadas máximas de 21 graus. Viana do Castelo, Coimbra, Beja, Évora, Leiria e Faro chegam lá perto, com máxima de 20. A capital vem depois e fixa-se nos 19 graus. Em seguida vêm os distritos de Portalegre e Viseu com 18.
As alterações não deverão ser muito significativas nos primeiro dias de 2022.
Inverno? Sim, mas com temperaturas recorde O calor inabitual que Portugal terá nos próximos dias estende-se um pouco por todo o mundo. Nos Estados Unidos da América (EUA), o proverbialmente frio estado do Alasca foi atingido por uma vaga de calor incomum que o levou a registar temperaturas acima dos 15,5 graus Celsius. Na ilha de Kodiak, a temperatura do ar tocou nos 19,4ºC no domingo passado – o maior valor alguma vez registado no mês de dezembro. Rick Thoman, do Centro de Avaliação e Política Climática do Alasca, considera o registo um “absurdo”.
Este mês costuma ser seco na zona interior do Alasca: o ar frio normalmente não consegue reter muita humidade. Mas este ano a quantidade de neve que caiu foi de tal maneira grande que a única mercearia da cidade de Delta Junction sofreu uma derrocada sob o seu peso.
Reino Unido com calor anormal Dezembro também está a ser um mês particularmente diferente para a população de Inglaterra. E os meteorologistas acreditam que esta poderá ser a véspera de Ano Novo mais quente de que há registo. Algumas partes do país podem mesmo vir a atingir os 15 graus Celsius. “O recorde é de 14,8ºC na véspera de Ano Novo e isso foi em 2011. Mas as temperaturas parecem ser de 14-15ºC, pelo que é possível que possam atingir esse valor”, explicou Greg Dewhurst, meteorologista do Met Office. “Vamos ter em todo o país temperaturas que estão acima da média para esta época do ano”. Por esta altura, diz, os termómetros britânicos deveriam estar nos 8 ou 9 graus. É um dezembro invulgar. Mas no virar da página, em janeiro, o Reino Unido deverá voltar às temperaturas mais frias.
Austrália abafada, quente e seca No hemisfério Sul, o verão prolonga-se até fevereiro. Era esperado que a onda de calor que está a atingir a Austrália abrandasse. Mas não. E vai obrigar, ao que tudo indica, a uma passagem de ano diferente, com os níveis de risco de incêndio em algumas zonas do sudoeste do país a afetarem as celebrações.
“Estamos a prever condições de ondas de calor severas para o sul da Austrália”, disse a meteorologista Sarah Scully. O Gabinete de Meteorologia – do governo australiano – prevê temperaturas máximas de 38ºC para Melbourne. Já na cidade de Adelaide – na qual são esperadas máximas de 36 graus – Brett Loughlin, diretor das operações regionais do serviço de incêndios do país, disse que já estão a ser tomadas medidas de precaução contra o calor.
“Pode muito bem acontecer que, se as condições não forem propícias a permitir a utilização segura de fogo-de-artifício, então poderemos ver esses eventos cancelados ou conduzidos de forma diferente”, descreveu. Brett Loughlin encorajou as pessoas a que se mantenham informadas para o caso de haver notícias importantes sobre as medidas.