Numa altura em que diversos países à volta do globo já estão a voltar a bater o recorde do número de infetados de covid-19, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) avisou que as variantes Omicron e Delta podem produzir um «tsunami» de infeções.
«Estou muito preocupado que a Omicron, sendo mais transmissível, circulando ao mesmo tempo que a Delta, esteja a levar a um tsunami de casos», alertou Tedros Ghebreyesus, que fez este alerta durante uma videoconferência de imprensa regular sobre a evolução da pandemia da covid-19, transmitida da sede da OMS, em Genebra, na Suíça, realçando ainda que as duas variantes do SARS-CoV-2 são, «de momento, ameaças gémeas».
No relatório epidemiológico semanal da organização, a nova variante é descrita como «muito alta», levando o líder da OMS a afirmar que uma das suas maiores preocupações é a «imensa pressão nos trabalhadores de saúde exaustos e no sistema de saúde que se encontram em risco de colapsar».
Estas preocupações são expressas numa altura em que foi registado um novo recorde de infeções durante uma única semana, tendo sido detetadas, em média, 935 mil infeções diárias entre os dias 22 e 28 de dezembro.
Apesar de, ao que tudo indica, a Omicron ser menos mortal do que algumas das variantes anteriores, a doença tem-se espalhado a uma velocidade preocupante e forçou inúmeros governos a repensar as suas estratégias de prevenção e a reintroduzir a quarentena.
Em Espanha, na quarta-feira, foram registadas 100.760 infeções de coronavírus, o que representa um novo recorde de casos diários, pelo nono dia consecutivo.
O Governo espanhol tem vindo a introduzir novas medidas de contenção e decidiu reduzir a duração do período de quarentena das pessoas que testam positivo à covid-19, para sete dias, em vez dos anteriores dez. De acordo com o primeiro-ministro Pedro Sanchez, a medida visa atingir um equilíbrio entre «saúde pública» e «crescimento económico».
Contudo, o novo recorde de casos de infeção diários na Europa pertence a França, depois de terem sido detetados 208 mil novos casos de covid-19, esta terça-feira.
O Governo francês reconheceu que os novos casos diários de covid-19 podem chegar a 250 mil no início de janeiro. Entre as principais medidas de combate ao vírus anunciadas estão o regresso ao teletrabalho e o cancelamento de todos os concertos previstos para esta época festiva. As discotecas em França já não vão reabrir no início de janeiro, permanecendo fechadas pelo menos por mais três semanas.