Em 2020 e 2021, a pandemia teve um impacto de 345,7 milhões de euros nas contas da Câmara de Lisboa (CML). O valor foi revelado esta quarta-feira pelo vice-presidente, durante a apresentação do Orçamento para este ano. Segundo Filipe Anacoreta Correia, este valor equivale a 162,7 milhões de euros em despesa e uma perda de 183 milhões de euros em receitas.
E lembra que “nos últimos quatro anos, a trajetória das contas é deficitária”, acrescentando que “o impacto da covid no lado da receita e da despesa foi muito significativo”.
A verdade é que, em 2020 a câmara de Lisboa – agora liderada por Carlos Moedas mas, nessa altura, pertencia a Fernando Medina – tinha uma reserva de contingência “superior a 300 milhões de euros”. Só que “foi praticamente consumida nestes dois anos”.
Ainda assim, a reserva vai continuar a estar contemplada no Orçamento para este ano que agora tem início, no entanto, “numa expressão muito menor”, a rondar os cinco milhões de euros.
No total, a Câmara de Lisboa prevê um orçamento de 1,16 mil milhões de euros para este ano, uma despesa que diz ser “muito alinhada” ao previsto no ano anterior (1,15 mil milhões). Em termos de receitas, o município estima arrecadar 1028 milhões de euros, dos quais 791 milhões de euros em receitas correntes, 234 milhões de euros em receitas de capital e três milhões de euros em outras receitas.
O responsável pelo pelouro das Finanças está confiante na aprovação deste documento: “Não antevemos razões de fundo para uma possibilidade que não passe pela aprovação deste orçamento”, disse.
Desconto no estacionamento e transportes Uma das promessas eleitorais de Carlos Moedas é para avançar e diz respeito ao desconto de 50% no estacionamento para os residentes na cidade. “Corresponde ao que foi anunciado e que foi o compromisso anunciado. Estamos em condições para implementar o desconto de 50% nas tarifas da cidade de Lisboa”, disse o vice-presidente da autarquia. Esta medida vai custar, pelas contas da Emel, cerca de 2,5 milhões de euros e terá impacto no Orçamento da autarquia.
Mas há mais. Decorrem atualmente negociações com a Transportes Metropolitanos de Lisboa e a Câmara acredita que os passes gratuitos para jovens até aos 23 anos e idosos residentes em Lisboa poderá avançar já este ano. “A vontade do Executivo é que seja adotada pela TML (Transportes Metropolitanos de Lisboa)”, disse Filipe Anacoreta Correia.