Um homem – que costuma estar nas imediações do Pingo Doce do Cais do Sodré – agrediu um polícia municipal, pelas 21h do dia 20 de dezembro, no Largo do Corpo Santo. Segundo aquilo que o Nascer do SOL conseguiu apurar, não foi levada a cabo uma abordagem policial ao cidadão, mas sim uma abordagem do cidadão ao polícia, algo que o indivíduo em causa costuma alegadamente fazer.
Nos vídeos que circulam desde ontem em variados grupos de WhatsApp, é possível ver o cidadão a dar pontapés ao elemento daquela força policial, assim como a bater-lhe com uma mochila e a empurrá-lo até ambos caírem ao chão. "Mas eu fiz-te algum mal?", pergunta o polícia, sendo que obtém a seguinte resposta:"Vieste armar-te em esperto para quê?". E, quando a pessoa que captou as imagens aponta que "o polícia está armado", o suposto criminoso grita "Dá lá tiro, pow pow pow. Dá-me lá na cara" e, logo de seguida, quando questionado acerca do eventual uso de uma arma, pelo rapaz que estava por detrás do telemóvel, o profissional remata: "Pois é, mas sabe como é que podemos usar as armas?", justificando o motivo pelo qual não recorreu a uma arma de fogo e, consequentemente, à escalada de violência. "Isto agora é assim? Seu merdas! Que falta de respeito", afirma, no final, referindo-se ao agressor, o jovem que gravou os vídeos. "Por favor, não te metas. Chama a polícia", sugere uma rapariga. "Estás a brincar ou quê?", desafia, nos últimos segundos, o indivíduo à vítima.
"É incompreensível estar um elemento isolado à noite numa zona daquelas. É intolerável o comportamento daquele cidadão. Isto mostra o sentimento de impunidade das pessoas e a falta de respeito que há para com as autoridades independentemente das fardas que se vistam", começa por esclarecer, em declarações ao Nascer do SOL, Pedro Carmo, presidente da Organização Sindical dos Polícias (OSP/PSP). "Parece que se põe sempre em causa a nossa autoridade. Ao ponto de não se fazer apenas uma agressão, mas sim várias. E é claro que o colega envolvido naquela situação tem dificuldade em pedir apoio no imediato", constata, adiantando que "numa situação daquelas, não se deve pegar em armas de fogo", alinhando-se com a postura do colega atacado em via pública.
Até agora, sabe-se que o homem foi detido e as testemunhas inquiridas, sendo que o suspeito foi igualmente notificado para comparência em tribunal depois de ter sido libertado. A PSP, entretanto, esclareceu que o agressor foi detido no próprio dia e que já tem “um vasto historial de participação em crimes lesivos ao património, à integridade física e ainda contra as forças de autoridade”. Segundo o comunicado da PSP de Lisboa, o indivíduo tem “uma predisposição para a prática de crimes violentos e graves e para o desrespeito da ordem social e autoridade do Estado”. Segundo a CNN Portugal, o agente estaria sozinho porque estava a fazer um gratificado.