Ano novo… vida velha, mas nos primeiros dias de 2022 também não se podia esperar outra coisa e, dados os avisos-recomendações-sugestões-conselhos-de-ministros-especialistas-família-e-amigos, ainda não é motivo para desesperar.
Ainda (a palavra podia estar em maiúsculas, sublinhada, a negrito, com hífenes entre cada letra e, já agora, espaçamento 1,5, só por segurança). Em boa verdade, o mais difícil de gerir no meio do caos que têm sido os últimos dois anos vividos em pandemia continua a ser a sorte de adivinhar os timings do vírus, não fosse a imprevisibilidade a sua característica mais dominante desde o início. Ficamos assim num constante compasso de espera, porque fazer seja o que for parece ser sempre mais seguro amanhã.
E entre tantos amanhãs passaram dois anos. Se antes ouvíamos falar do primo que vinha da França, de lá já não vem ninguém a não ser aparentemente a mais recente variante da covid, que fez nos últimos dias soar novos alarmes. Ri-se agora o relógio despertador, que deixou de ser assim o som mais indesejado à face da terra e, por mais insistente que às vezes consiga ser, sabemos que com mais ou menos dificuldade vamos conseguir silenciar o alarme de vez.
Entretanto o alfabeto já disponibilizou mais de metade das suas letras e começa a ver-se grego (literalmente) para continuar a batizar as novas variantes que não param de surgir. Quase como o equivalente aos constantes lançamentos de novos modelos tecnológicos. Num caso e no outro, é certinho que ninguém precisa de tantos e constantes updates.
E num corrupio de amanhãs cumpriu-se a primeira semana do ano. Como se prometem esgotar as próximas deste mês de janeiro, entre cada vez mais milhares de casos do vírus surgidos diariamente. É mais contagioso, mas é mais leve, nem tudo é mau?!
O novo ano até pode ficar aquém de tudo o que se pediu nas doze passas, mas não faltando o primeiro desejo, que seja apenas isso mesmo: mais leve. Mas amanhã logo se vê. Ou depois de amanhã.
Hoje é só preciso relembrar o compromisso de comer mais saudável e começar a fazer exercício físico. Porque desde o dia um de janeiro que todos sabemos que também esta dupla missão foi sempre ficando para… amanhã.