Notícia atualizada às 17h28 com as reações do Parlamento Europeu
Roberta Matsola foi, na manhã desta terça-feira, eleita presidente do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
A maltesa sucede a David Sassoli, que morreu na passada semana vítima de uma doença do sistema imunitário, e vai presidir a instituição até 2024.
A nova eleição não acontece na sequência da morte de Sassoli, mas sim porque em 2019 houve um acordo entre o Grupo do Partido Popular Europeu (do qual Matsola faz parte), o Grupo dos Socialistas e Democratas (do qual Sassoli fazia parte) e do Renew Europe, para que Sassoli passasse a pasta a alguém do PPE após cumprir metade do mandato.
Apesar de ser já a terceira mulher à frente do Parlamento Europeu – depois das francesas Simone Veil (1979-1982) e Nicole Fontaine (1999-2002) –, é a mais nova de sempre no cargo, com 43 anos. Conseguiu maioria absoluta, com 458 votos. Com 690 deputados votantes, 74 foram votos em branco ou nulos e 616 foram votos expressos.
Metsola é casada com o finlandês Ukko Metsola, com quem tem quatro filhos. É advogada com carreira feita em Bruxelas. Em 2013 foi eleita pela primeira vez – e à terceira tentativa – eurodeputada pelo Partido Nacionalista do seu país, inscrito no PPE.
No seu primeiro discurso como presidente da instituição, Metsola prometeu que vai prestar tributo ao seu antecessor “ao defender sempre, sempre, a Europa”.
“A desinformação e a informação errónea, amplificadas ainda mais durante a pandemia, alimentam um cinismo fácil e soluções baratas de nacionalismo, autoritarismo, protecionismo, isolacionismo. A Europa é precisamente o oposto: trata-se de todos nos defendermos uns aos outros, aproximando os nossos povos. Trata-se de defendermos os princípios das nossas mães e dos nossos pais fundadores, que nos conduziram das cinzas da guerra e do holocausto à paz, à esperança e à prosperidade”, disse.
Roberta Metsola defende os direitos LGBT e dos migrantes, mas tem uma posição anti-aborto. No entanto, promete defender a visão do parlamento. “A minha posição a partir de agora é a posição do Parlamento. E nesta matéria, de direitos sexuais e reprodutivos, este Parlamento sempre foi inequívoco, sempre defendeu um reforço desses direitos. Esta é a posição do Parlamento Europeu e posso comprometer-me perante todos vós que será também a minha posição, como já o fiz enquanto vice-presidente. Vou promover essas posições não só dentro desta casa como junto das outras instituições”, garantiu.
Reações Uma das primeiras a reagir à eleição foi Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. “Os mais calorosos parabéns a Roberta Metsola pela sua eleição como presidente do Parlamento Europeu. Enquanto terceira mulher a dirigir esta nobre casa, o seu trabalho árduo e determinação são uma inspiração para todos nós”, escreveu no Twitter. E acrescentou: “Vamos trabalhar em estreita colaboração para a recuperação da União Europeia (UE) e para um futuro europeu verde, digital e risonho”.
Também Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, felicitou a nova presidente. “Os meus mais calorosos parabéns a Roberta Metsola por ser a nova presidente do Parlamento Europeu”, escreveu também no Twitter, onde acrescentou que “o Parlamento Europeu é o coração pulsante da democracia europeia”. E garantiu: “Estou ansioso por cooperar consigo, cara Roberta”.
Outros nomes Entretanto, o eurodeputado português Pedro Silva Pereira foi reeleito em terceiro lugar como vice-presidente do Parlamento Europeu com 517 votos dos 691 eurodeputados que participaram no sufrágio. “Para a família socialista este é um excelente resultado”, disse Pedro Silva Pereira aos jornalistas.
No entanto, este é um cargo partilhado com 14 outros eurodeputados. O austríaco Othmar Karas (PPE) foi quem reuniu maior número de votos (536), seguido da italiana Pina Picierno (S&D) com 527.