Depois de Liliana Leite, professora do menino, de seis anos, que perdeu a vida no domingo passado, no hospital de Santa Maria, ter dito que o mesmo "já andava pálido e com olheiras" e que "passou a semana mal", a Associação de Pais e Encarregados de Educação da EB1 São João de Deus recorreu ao Facebook para expressar a sua posição e desmentir as declarações da docente.
Através da rede social, a associação da escola que Rodrigo S. frequentava começou por deixar claro, numa publicação veiculada ao início desta tarde, que "vem por este meio expressar o profundo pesar pela morte" da criança "e reiterar as condolências à sua família e amigos".
De seguida, realçou que "relativamente às notícias vindas a público e informações publicadas nas redes sociais pela professora de teatro, a APEE esclarece que a colaboradora leciona uma atividade extracurricular, de apenas uma hora por semana à turma do Rodrigo, pelo que as informações veiculadas não representam a posição da APEE e não condizem com os factos apurados até à data pela direção desta associação, tendo sido iniciado um processo de averiguação interna".
Importa referir que a docente de teatro relatou, numa publicação partilhada na sua conta oficial do Facebook, o último dia em que viu o menino, frisando que, apesar de este não se encontrar bem, "conseguiu fazer um exercício e saiu da aula pelo próprio pé". "Abracei-o e antes de sair, voltou para trás para me devolver o abraço", revelou, esclarecendo que o alegado momento da despedida aconteceu na sexta-feira, dia 14 de janeiro.
"Meu aluno. Se tivesse testado positivo à covid estaríamos todos em isolamento e ninguém recebeu informação disso, pelo contrário. Este jornalismo já mete nojo, nem na idade da criança acertam. Esta criança era saudável", asseverou a profissional, referindo-se ao menino, que tinha testado positivo à covid.19, e que morreu no Hospital de Santa Maria. O óbito foi noticiado, em primeira instância, pelo Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), na segunda-feira.
“A criança tinha a primeira dose da vacina contra a covid-19, tendo o CHULN notificado o caso ao Infarmed e à Direção-Geral da Saúde”, era possível ler no comunicado. Sublinhe-se que a vacinação terá ocorrido aproximadamente uma semana antes da morte, aquando a vacinação do grupo dos cinco aos 11 anos. Todavia, ainda que não tivesse conhecimento das causas, Liliana Leite afirmou que Rodrigo lhe confiderenciara que andava "cansado" desde que fora inoculado, avançando que é o seu terceiro aluno "que passa mal com a vacina".
Já depois de ser conhecida a posição da APEE, foi adiantado que a família recebeu indicação médica de que o menino terá morrido por engasgamento e não devido a reações adversas à inoculação. Contudo, os resultados do procedimento só serão conhecidos daqui a cerca de um mês na medida em que alguns exames complementares terão de ser realizados.
O Expresso já tinha avançado que a equipa que assistiu a criança colocava outra hipótese em cima da mesa: "O menino, sem histórico de doenças, deu entrada na Urgência durante a tarde de sábado sem sinais de batimento cardíaco e de respiração e, ao ser entubado para reanimação, apresentou vestígios de vómito e de engasgamento, aparentemente por comida". Contactado pelo i, o Centro Hospitalar Lisboa Norte não confirma essa tese e pede que se evitem especulações, sublinhando que neste momento respeita a dor da família e que as causas de morte estão a ser investigadas.
Na terça-feira, a diretora de Farmacovigilância da Autoridade Nacional do Medicamento, Márcia Silva, explicou que até agora, entre as 300 908 primeiras doses administradas a menores entre os cinco e os 11 anos, foram reportadas somente 0,1 reações adversas por mil inoculações. Em declarações à CNN, há 0,03 reações adversas graves por mil administrações e 0,07 de reações não graves por cada mil vacinados.
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