Covid-19. Fenprof volta a pedir dados atualizados ao Ministério da Educação

Até ao final de novembro houve “cerca de 7.000” casos de covid-19 nas escolas. Número pode ser resultado de menos registos e não de menos infeções, diz sindicato.

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) anunciou ontem que fez novamente um pedido de dados ao Ministério da Educação sobre o impacto da covid-19 nas escolas, depois deste ter indicado que até ao final de novembro foram contabilizados “cerca de 7.000 casos de covid-19” – número que converge com os números apresentados por Tiago Brandão Rodrigues há cerca de duas semanas e “abaixo do registado há um ano”. Para a Fenprof, contudo, esta redução poderá ser resultado de menos registos e não de menos infeções, uma vez que o país atravessa um “enorme aumento do número de surtos – quatro vezes mais”.

Os dados enviados O Ministério da Educação enviou os dados para o Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa (TACL) que por sua vez reencaminhou para a Fenprof, que dizem ainda que foi anexado uma lista com 1600 escolas em que se registaram os casos de covid-19 – também um número “inferior ao do ano anterior”, o que parece resultar, diz a direção sindical, de um menor registo por parte das escolas na plataforma criada pela administração educativa, “uma vez que a autoridade de saúde ia fazendo os seus próprios registos”. Além disso, “só na segunda quinzena de novembro (16 a 30 de novembro) terão estado 477 turmas fora das escolas e 21.057 pessoas em isolamento, entre docentes, trabalhadores não docentes e alunos”, diz o comunicado da Fenprof.

A lista enviada ao TACL, contrariamente à lista divulgada em 2020/2021, “omite” os colégios privados e todos os jardins de infância e creches da rede social, dados que a Fenprof gostaria de ter para “conhecer a situação atual” de forma a “poder intervir”.

Poucos dados A Federação Nacional de Professores solicitou ao Ministério dirigido por Tiago Brandão Rodrigues a lista “das escolas e jardins de infância, públicos e privados, incluindo do setor social, em que, na sequência dos testes realizados após o regresso às aulas presenciais, foram identificados casos de covid-19” e o número de trabalhadores docentes e não docentes que, em cada estabelecimento, “já no 2.º período letivo e na sequência da testagem em curso, esteve ou está infetado” com o vírus.

Pedem também o balanço de quantos professores ficaram em isolamento, e ainda o número global de docentes que já levaram a dose de reforço contra a covid-19, não esquecendo “a percentagem que o mesmo apresenta” – para que haja uma distinção dos docentes “que exercem atividade em creche, docentes de estabelecimentos particulares ou cooperativos e docentes de escolas e jardins de infância da rede pública”.

O sindicato diz esperar que Tiago Brandão Rodrigues “atue com a dignidade que se exige a qualquer governante, respeitando a lei, a mais representativa organização sindical de docentes e, através dela, os professores e educadores”.

A Federação Nacional dos Professores aguarda os dados “nos próximos dias” e manifesta “disponibilidade” para conversar com os responsáveis do Ministério da Educação.